Ananindeua: buracos tomam conta de ruas

Para entrar em sua casa, em Ananindeua, Maria Moraes, 66 anos, tem de fazer malabarismos. Ela precisa desviar de buracos e se equilibrar entre as tábuas que ligam a porta de sua residência à pista encoberta por lama e mato. A aposentada mora na rua São Jerônimo, na comunidade 28, no bairro do 40 Horas. A via está tomada por buracos. “Carro grande não passa aqui. E os pequenos, em dias de chuva, ficam atolados”, diz.

Maria lembra que, no ano passado, às vésperas das eleições municipais, o então candidato à reeleição, Manoel Pioneiro (PSDB), esteve no local durante uma caminhada de campanha. “Ele prometeu pavimentar, mas só jogou uma capa de asfalto. O mesmo que nada”, reclama. Para manter pelo menos a frente de sua casa mais limpa, a aposentada paga uma pessoa para capinar e jogar entulhos nos buracos. “Quando chove, fica só lama. Aqui não tem limpeza e o caminhão do lixo não entra”, lamenta.

Na São Jerônimo, os problemas incluem mato e lama. (Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará)

PREJUÍZO

O rodoviário Alexandre Lima, 42, também trabalha com a distribuição de extintores de incêndio. Por causa disso, vai a São Jerônimo com frequência. Por ter de trafegar na buraqueira, a suspensão do seu veículo danificou e o prejuízo foi de R$800. “Meu carro caiu em um buraco grande. Às vezes, tem bueiros sem tampas, como se fosse normal”, critica o motorista. Os problemas se repetem na passagem Santa Luzia, que corta a via.

Na avenida Hélio Gueiros, uma das principais de Ananindeua, os buracos e o mato tomam conta da pista. Quase chegando à rotatória da Independência, o asfalto está desgastado. “Andar de bicicleta nos buracos é complicado”, conta o serralheiro José Ubiracy, 51. “Operação tapa-buraco não resolve. Pedimos pavimentação”, afirma.

Maria de Nazaré já protocolou vários documentos na prefeitura pedindo melhorias na rua SN3. (Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará)

Com a movimentação constante de ambulâncias e carros pesados, a estrada do Icuí Guajará, que dá acesso à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro, é tomada por crateras. No trecho próximo à UPA, os veículos tem de esperar o outro passar para desviar das poças. O taxista Edir Trindade, 39, não se arriscae prefere esperar.

“Os buracos são profundos. Trafegar nessa região é arriscado”, diz. Na rua SN 3, do Conjunto Uirapuru, ainda no Icuí, a dona de casa Maria de Nazaré Araújo diz que já fez várias documentos e até colocou um cartaz na parede de sua casa pedindo que o prefeito tome providências para melhorar a situação da via. “O Pioneiro prometeu asfaltar, só ficou na promessa”, reclama. Com uma pasta nas mãos, ela mostra os ofícios protocolados na Prefeitura, pedindo asfalto na via. “Todas as ruas do conjunto estão assim: mato, lixo e buraco para todos os lados”, destaca. O DIÁRIO contatou a Prefeitura de Ananindeua. Porém, não obteve resposta até o fechamento desta edição.

(Roberta Paraense/Diário do Pará)