Dois empresários são presos por fraude imobiliária

Dois empresários foram apresentados ontem à tarde na Divisão de Repressão a Crimes Organizados (DRCO), no bairro da Sacramenta, em Belém. Eles são acusados de integrar um esquema de corrupção imobiliária no município de Mãe do Rio, nordeste do Pará. Além deles, 11 vereadores também são apontados como envolvidos no esquema, que foi desbaratado na chamada Operação Iara.

Jair de Sousa Azevedo e Vilson Leite Schneider não apresentaram nenhuma resistência, mas negaram participação no crime. O esquema, segundo explicou o delegado Carlos Vieira, titular da Delegacia de Defraudações Públicas (RDP), visava aprovar projetos de lei na Câmara Municipal em troca de lotes no residencial Ipiranga, em construção no município. De acordo com Jair Azevedo, a área destinada a um projeto de expansão urbana, objeto da armação criminosa, possui aproximadamente 600 mil metros quadrados, espaço que daria para construir cerca de 1.500 unidades habitacionais. Ele diz que desconhece, porém, a venda dos lotes, mesmo sabendo da tentativa dos vereadores aprovarem o projeto de lei.

Na segunda fase da Operação Iara, foi identificado que o projeto imobiliário chegou a ser aprovado na Câmara e mais de 600 lotes teriam sido vendidos. “As pessoas que adquiriam os lotes deverão ser ressarcidas e devem acionar a Justiça”, explica Vieira.

MANDADOS

A operação Iara cumpriu mais de 20 ordens judiciais no município. Ainda de acordo com o delegado, os sócios do loteamento praticaram o crime de parcelamento irregular do solo, ao comercializarem terrenos no loteamento sem possuir registro em cartório de imóveis. Eles serão autuados por parcelamento irregular do solo urbano e falso testemunho. No último dia 7, foi presa a ex-vereadora de Mãe do Rio, Ana Lúcia Magalhães, conhecida como “Ana do Povão”, que exercia a função até o fim de 2016. De acordo com o delegado, a vereadora, à época ainda ocupando o cargo, chegou a reclamar na tribuna da Câmara que não tinha recebido o lote e que, por isso, iria entrar com um requerimento para atrasar a aprovação do projeto de lei.

(Wal Sarges/Diário do Pará)