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Mulheres de PMs protestam em 3 cidades paraenses

“Não quero um herói morto, quero um marido vivo”, dizia um dos cartazes exibidos por esposas e familiares de policiais militares, durante um protesto realizado ontem, na Avenida Almirante Barroso, em Belém. Vestidas de preto e levantando cruzes e balões n

“Não quero um herói morto, quero um marido vivo”, dizia um dos cartazes exibidos por esposas e familiares de policiais militares, durante um protesto realizado ontem, na Avenida Almirante Barroso, em Belém. Vestidas de preto e levantando cruzes e balões negros, as manifestantes lamentavam a perda dos policiais mortos, vítimas da insegurança (foram 5 só em 2017), criticavam o Governo do Pará e reivindicavam os direitos de seus maridos policiais, que são proibidos pelo estatuto militar de fazer greves e protestos.

A concentração começou cedo, às 7h, em uma das esquinas do Bosque Rodrigues Alves com a Travessa Perebebuí. Apesar do chuvisco, às 8h o grupo partiu pela Almirante em direção ao Palácio do Governo, próximo à Avenida Dr. Freitas, fechando completamente a via no sentido Ananindeua-Belém. Acompanhadas de um carro som e policiais militares que mantinham sua segurança, elas repetiam coros de protesto como “Governo sem palavra!” e “A família unida jamais será vencida!”.Aline Mendes Campos, casada com PM, com quem tem uma filha de dois anos, é uma das representantes do comitê de organização do movimento. Ela garante que a mobilização é de interesse de toda a população. “Se a polícia é prejudicada, a segurança pública e a população também são prejudicadas”, condiciona. “Queremos aqui chamar a atenção do governo. Estabelecer um diálogo para que alguma alternativa seja encontrada”, frisa.

REIVINDICAÇÕES

Dentre as reclamações estão o congelamento de dois anos do salário base da Polícia Militar que, atualmente, está no valor de R$ 827,40, menor que o salário mínimo (R$ 937). Há ainda queixas de atrasos em auxílios, como o de fardamento, o aumento do desconto feito pelo plano de saúde do Instituto de Assistência dos Servidores do Pará (Iasep), o que não equivale à disponibilidade do serviço, atraso nos benefícios das viúvas, sucateamento de equipamentos e de postos de trabalhos, entre outras.

TRÂNSITO

Com o passar das horas, a manifestação foi crescendo, chegando a juntar, segundo o próprio movimento, cerca de 230 pessoas, entre esposas, mães, filhos e amigos de PMs, na frente do Palácio. A manifestação durou até a noite, mas por volta das 14h o clima ficou tenso, quando a pista do BRT foi fechada, no sentido Entroncamento-São Brás. A via era a única por onde os veículos estavam passando desde as primeiras horas da manhã. Os motociclistas que tentavam furar o bloqueio também foram impedidos de passar.

Por volta das 15h, o movimento decidiu radicalizar e um grupo de esposas bloqueou também o portão de entrada e saída de veículos do Comando Geral, na Travessa Brigadeiro Protásio, em frente ao Hangar Centro de Convenções. Inicialmente, algumas viaturas foram impedidas de entrar, mas depois o acesso foi liberado, apenas para entrada. Com a área interditada, os PMs foram obrigados a deixar o prédio pelos portões de acesso pelo Tribunal de Justiça do Pará ou pela Dr. Freitas. O trânsito na avenida Almirante Barroso só foi liberado por volta das 16h, quase 8 horas depois da interdição.

SEM ACORDO

A reunião entre as representantes do movimento e o chefe da Casa Civil, José Megale, e o secretário de Comunicação, Daniel Nardim, contou ainda com a presença do advogado das esposas e do deputado estadual Tércio Nogueira (PROS). O governador Simão Jatene está em viagem de férias na Itália. Na ocasião, o Governo expôs a situação financeira do Estado, alegando não ter recurso para atender aos reajustes, mas assegurando que uma das reivindicações, o pagamento do auxílio fardamento referente a novembro de 2016, será pago em fevereiro. A reunião, no entanto, chegou ao final sem nenhum acordo firmado.

Para o deputado Tércio, a reunião foi tranquila, mas ele considerou as justificativas do governo como evasivas. “A segurança pública está um colapso”, critica.

A radicalização dos manifestantes em alguns momentos do protesto se deu à negativa do Governo em negociar com a comissão. Sem negociação, o protesto continua neste sábado e não tem data para terminar.

AQUARTELAMENTO

Durante o protesto, manifestantes afirmaram que o fechamento dos quartéis e aquartelamento dos policiais militares está, sim, sendo cogitada como medida de reação à falta de acordo.

À imprensa, José Megale voltou a falar dos problemas financeiros do Estado. “Não podemos gastar mais do que recebemos. Estamos passando por um momento dramático na economia nacional, uma crise que nos fez ter no estado, em 2016, uma receita menor que a de 2011”, explica.

Parauapebas também tem dia marcado por manifestações pró-policiais

Companheiras de policiais militares fizeram um protesto em frente ao quartel do 23° Batalhão de Polícia Militar, em Parauapebas, sudeste paraense, no início da manhã de ontem, e fecharam a garagem do local com cadeados, fazendo com que algumas viaturas não pudessem sair. O ato foi pacífico.

A manifestação iniciou por volta das 7h. Elas pediam melhores condições de trabalho para os policiais, reajuste salarial, implantação de um plano de saúde que atenda aos militares e suas famílias no interior e ainda o retorno do auxílio fardamento, além de outras pautas.

O tenente-coronel Pedro Paulo Celso, comandante do Batalhão em Parauapebas, tranquilizou os populares. “Cerca de quatro viaturas estão nas ruas da cidade realizando o policiamento ostensivo”, afirmou a autoridade, que confirmou que o comando da Polícia Militar do Estado do Pará recomendou aos batalhões não confrontar as manifestantes.

Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup/PA) informou que: “o Governo do Estado mantém diálogo aberto e permanente para intensificar a política de valorização do servidor público implementada desde 2011. Com relação aos policiais militares, reconhecidos como fundamentais para a sociedade, foram vários benefícios consagrados em mais de uma dezena de leis, leis complementares, decretos e regulamentações”.

Grupo seca pneus de viaturas, em Altamira

Em Altamira, no sudoeste do Pará, a situação não foi diferente. Esposas e filhas de policiais militares bloquearam a entrada do 16º Batalhão da PM desde a noite da última quinta-feira (9). O protesto continuou ontem, mas o grupo decidiu liberar os militares que estavam dentro do prédio. Porém, o acesso ao quartel não foi permitido. O Comando da PM na cidade informou que o policiamento não estava prejudicado pela manifestação e que as viaturas estavam fazendo rondas pelas ruas da cidade. Três veículos ficaram retidos no pátio do Batalhão.

Os manifestantes informaram que continuarão acampando em frente ao quartel até que ocorra uma negociação com o Governo do Estado. Na pauta de reivindicação, as esposas cobram reajuste salarial, plano de saúde, auxílio-fardamento, insalubridade e pagamentos de férias vencidas.

Segundo o jornal online “Xingu 230”, um grupo de mulheres secou os quatro pneus de uma das viaturas que fazem o policiamento na cidade, na manhã de ontem. Os PMs faziam uma ocorrência na delegacia, quando se depararam com a situação. Ninguém foi preso.

(Arthur Medeiros e Leidemar Oliveira/Diário do Pará)

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