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Belém sem Carnaval e com prejuízos

Por causa do cancelamento do desfile das escolas de samba na Aldeia Amazônica, em Belém, o coreógrafo Gleydyson Cardoso, 24 anos, vai precisar mudar até o tema do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de uma especialização que está prestes a concluir. Ele

Por causa do cancelamento do desfile das escolas de samba na Aldeia Amazônica, em Belém, o coreógrafo Gleydyson Cardoso, 24 anos, vai precisar mudar até o tema do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de uma especialização que está prestes a concluir. Ele faria uma análise técnica da festa para um curso de pós-graduação em Administração. Como se não fosse suficiente o prejuízo intelectual, ele - assim como muitas outras pessoas que fazem parte da cadeia de produção do desfile -, está amargando também o prejuízo no bolso.

O desfile das escolas de samba foi cancelado após o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, avisar que não tinha recursos para ajudar as escolas a entrar na avenida. Com isso, o prefeito deu um golpe na cultura e prejudicou a vida de muita gente. Gleydyson é uma dessas pessoas. No ano passado, ele trabalhou coreografando comissões de frente da escola Piratas da Batucada, que ficou em 2º lugar no desfile das escolas da Liga Especial, e ainda de outras duas escolas do grupo de acesso. Seu rendimento ficou entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil, um extra que viria a calhar agora, momento em que está desempregado.

“Quando o enredo do ‘Piratas’ foi divulgado, em agosto, eu já iniciei minhas pesquisas, já vinha desenvolvendo um trabalho. É muito triste”, afirma. Em relação às finanças, ele afirma: não sabe muito bem como vai fazer sem uma ajuda que faria a diferença. O jovem tem outro receio: o de que a Quadra Junina, evento no qual ele também trabalha como coreógrafo, seja cancelada. “Se Zenaldo cancelou o Carnaval, que é maior, por que não cancelaria as festas de junho?”.

Quem também se sentiu prejudicado foi o artesão Sandoval Júnior, 22. O trabalho que ele desenvolveu no Carnaval de 2016 lhe rendeu um extra de cerca de R$ 4 mil. “Isso me ajudou muito, por meses. Agora que não vai ter, nem sei o que posso fazer”, lamenta. Como artesão de barracão, ele trabalha construindo os carros que desfilam na avenida. E já tinha até planos do que fazer com o dinheiro que ganharia este ano. “Eu iria investir em materiais para continuar trabalhando como autônomo durante o resto do ano”.

Foto: Ney Marcondes

Sem trabalho

Pelo menos quatro pessoas que Sandoval contratava para ajudá-lo com um trabalho que é pesado também ficam sem esse extra. “Todo mundo que trabalha nas escolas vive essa mesma chateação, preocupado porque não vai ter como trabalhar”. O Carnaval de Belém movimentava - e muito! - o comércio no entorno do bairro da Pedreira, por causa do agito na Aldeia Amazônica, com grande fluxo de pessoas, que iam curtir o evento. Gleydyson lembra de um ano em que a escola para a qual trabalhou alugou uma casa em frente ao local.

As irmãs Rossivalda Barbosa, 44, e Vilma Barbosa, 54, nesta época do ano, aproveitavam para “fazer um troco” durante a festa. “Dá para fazer R$ 800, R$ 1 mil em uma noite, só vendendo grades de cerveja aqui”, garante Vilma. Rossivalda trabalha há 15 anos vendendo café da manhã na avenida Pedro Miranda, na esquina da travessa Enéas Pinheiro. Quando tem desfile, o tempo de trabalho aumenta, mas o rendimento também, embora ela não saiba dizer quanto. “Este ano, não vai ter nem a graninha extra e nem o Carnaval, que eu adoro assistir”, lamenta Rossivalda. Sua irmã, Vilma, aproveitava o ponto para vender as bebidas. “É triste. Até o bairro, que é do samba e do amor, está triste. Sem o samba e sem o amor”, conclui Vilma.

(Carolina Menezes/Diário do Pará)

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