População de Belém vai ficar sem água por 2 dias

A notícia de que 21 bairros da Região Metropolitana de Belém, com uma população de 850 mil pessoas, ficarão sem água por 48 horas, contadas a partir das 21h de hoje, caiu como uma bomba para os moradores da capital paraense. Apesar de se desdobrarem para tentar reservar a maior quantidade de água possível, os usuários ainda não sabem se conseguirão suprir a demanda por este longo período. “Nunca passei tanto tempo sem água. Não tenho caixa d’água. Então, vou deixar minhas duas máquinas de lavar roupas cheias. Mesmo assim, acho que não dá”, conta indignada a dona de casa Anete Lima, 70.

Após saber do problema na adutora da Cosanpa, a moradora da travessa Angustura, no bairro do Marco, disse que já adiantou parte das tarefas domésticas diárias, como a limpeza da casa e a lavagem das roupas, tudo para economizar o líquido durante o fim de semana de sufoco. Até mesmo o almoço será preparado com antecedência. “Vou fazer amanhã (hoje) para depois só requentar”, reclama.

Nora de Anete, a dona de casa Valdenise Lima, 49, ficou surpresa ao saber na casa da sogra que o conjunto Cidade Nova, em Ananindeua, onde mora, também será afetado pela interrupção no abastecimento. Ela já planejava fazer um churrasco no próximo domingo (22), caso a filha seja aprovada no vestibular da Universidade Federal do Pará. “Já pensou o fedor que vai ficar a casa suja de ovo? Agora vou ter de comprar mais baldes, porque tenho poucos em casa. E comprar água mineral também”, diz.

GINÁSTICA

Proprietário de uma panificadora situada na travessa Lomas Valentinas, no Marco, o comerciante André Conceição, 42, terá de fazer uma verdadeira ginástica para manter o estabelecimento em funcionamento nos próximos dois dias. Ele que mora em Marituba encontrou uma alternativa para não ficar sem trabalhar: terá de encher vários baldes com água em sua residência e levá-los em seu veículo para abastecer a panificadora. “Vai ser uma trabalheira. Mas é muito tempo. Não dá para parar o trabalho”, atesta.

Na residência da dona de casa Elinéa do Socorro Andrade, 43, moradora da passagem Mariana, no bairro Castanheira, a roupa já estava estendida no varal. Ela também resolveu adiantar os serviços de casa para não correr o risco de ficar totalmente sem o líquido. “Vou encher de água tudo o que puder, baldes, panelas”, conta.

(Pryscila Soares)