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CINEMA

Ilustradores recriam cartazes para filmes

É provável que, em algum momento da sua vida, você já tenha escolhido assistir a um filme pelo cartaz em exibição no cinema. Em um período da história da sétima arte, alguns eram verdadeiras obras de arte. Alguns se tornaram tão ou mais conhecidos que seu

É provável que, em algum momento da sua vida, você já tenha escolhido assistir a um filme pelo cartaz em exibição no cinema. Em um período da história da sétima arte, alguns eram verdadeiras obras de arte. Alguns se tornaram tão ou mais conhecidos que seus filmes, como os cartazes de “Laranja Mecânica”, “Bonequinha de Luxo”, “Um Corpo que Cai” ou “Anatomia de um Crime”

Pensando nisso, integrantes do coletivo de ilustradores Argonautas iniciaram o projeto para recriar cartazes para filmes paraenses, buscando resgatar a memória desse acervo audiovisual através de sua própria linguagem artística: a ilustração. Os trabalhos poderão ser vistos na mostra “Em Cartaz - Uma releitura ilustrada de cartazes do cinema paraense”, que abre na sexta-feira, 20, às 19h, na Casa das Artes, permanecendo ao longo de um mês para visitação do público. O projeto da exposição foi um dos ganhadores do edital “Seiva - Programa de Incentivo à Arte e à Cultura”, da Fundação Cultural do Estado do Pará.

Entre os novos cartazes, há trabalhos dos ilustradores Emerson Coe, Renata Segtowick, Rodrigo Cantalício, Emmanuel Thomaz, Mario Zani e Filipe Baratta. Este último havia participado de um trabalho com ilustradores do Brasil inteiro, reproduzindo cartazes de filmes americanos e foi quem propôs ao coletivo fazer algo similar, mas voltado às produções paraenses. “A gente percebe que muitos desses filmes não são tão conhecidos do público, então vimos também como uma forma de instigar as pessoas a conhecerem”, afirma Baratta.

Entre os filmes que ganharam um novo olhar dentro do projeto, estão “Mulheres Choradeiras” (2000), de Jorane Castro, e “Açaí com Jabá” (2000), curta com direção coletiva de Alan Rodrigues, Marcos Daibes e Walério Duarte. “A partir da pesquisa, cada um escolheu o que achou mais interessante para trabalhar e chegamos a um total de 14 obras em exposição”, destaca Emerson Coe. O ilustrador criou cartazes baseado nos filmes “Chupa-Chupa: a História que Veio do Céu” (2007), de Roger Elarrat e Adriano Barroso, “Dias” (2000), de Fernando Segtowick, e “Quero Ser Anjo” (2001), de Marta Nassar.

“Nem todos os realizadores a gente conseguiu entrar em contato, então acabamos deixando de fazer alguns que realmente queríamos. O Líbero Luxardo, por exemplo, tem um parente que ainda é vivo e tentamos entrar em contato, mas foi muito difícil e acabamos desistindo”, explica Baratta. Todas as ilustrações precisavam ter a autorização, afinal, são baseadas na obra de outro artista. Os que ganharam esse novo traço nas mãos dos Argonautas ainda não tiveram a oportunidade de ver os cartazes prontos, mas o grupo se diz bem confiante com o resultado e feliz com o processo.

Emerson Coe destacou o prazer daqueles que nunca tinham trabalhado com esse tipo de projeto. “Eu acho interessante porque dentro do mercado de ilustrador você tem três caminhos: publicidade, editorial e conceito de arte – que é justamente trabalhar preparando storyboards, criando caracteres, personagens e cartazes. E acho que o melhor mercado para nós é esse, então deu para vivenciar um pouco dessa experiência de criar um cartaz para um filme”. Filipe destacou ainda o fato de poderem fazer isso “sem a necessidade de responder a um diretor de criação”, de forma mais livre.

Inspiração nos personagens

Mesmo quem escolheu filmes que já conhecia e gostava, conta que precisou rever para ajudar no processo de transpor a narrativa para a ilustração. Foi o caso de Renata Segtowick, que escolheu trabalhar com “Chama Verequete” (2006), de Luiz Arnaldo Campos, e “A Origem dos Nomes” (2005), de Marta Nassar. “Eu já tinha uma memória, mas todos dois eu assisti novamente. Eu vou vendo os personagens, quais os mais interessantes para serem retratados”, conta a ilustradora.

Sendo “A Origem...” um filme com apenas dois personagens, Renata conta que o cartaz deste acabou saindo mais minimalista que o de “Chama Verequete”. O processo, conta, começou com esboço a lápis para depois ser fotografado e levado para fazer diretamente no computador resultando em uma ilustração digital. Publicitária e diretora de arte, ela conta que está muito acostumada com esse processo, afinal foi a responsável pelos cartazes originais dos filmes “Matinta” e “Dias”, do próprio marido, o cineasta Fernando Segtowick, e ainda de “O Time da Croa”, de Jorane Castro, e “Ópera Cabloca”, de Adriano Barroso, entre outros.

Filipe Baratta, que também não é estreante na ideia de criar cartazes para filmes, conta que começa pegando a ideia do filme através de sua sinopse e assistindo atentamente ao que pode levar a uma boa ilustração. “Vou saltando quadro a quadro as imagens, seleciono algumas que sintetizam melhor o filme e a partir disso faço alguns desenhos até compor uma imagem”, explica.

Apesar de trabalhar digitalmente durante esta parte do processo, uma vez que chega à composição final, o ilustrador trabalha com tinta acrílica e lápis de cor. Ele foi o responsável por recriar o cartaz de “Matinta”, originalmente criado pelas mãos de
Renata Segtowick.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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