Passeata lembra vítimas da violência no Pará

O Dia Estadual do Movimento pela Vida e pela Paz reuniu ontem à tarde cerca de 500 pessoas, em Belém. Com símbolos da paz, familiares de vítimas da criminalidade se vestiram de branco e percorreram cerca de 6 quilômetros no bairro do Marco, em Belém, para cobrar mais rigor da Justiça paraense.

A manifestação foi organizada pelo Movimento pela Vida (Movida) e o itinerário da caminhada teve como base o trajeto feito durante uma ação desastrosa da polícia que terminou no assassinato do promotor de eventos, Gustavo Russo, de 27 anos, em 2005. Confundido com um bandido, ele teve o carro crivado de balas por policiais militares. Oito deles foram acusados da morte do promotor, sendo três deles absolvidos, em 2010. O Ministério Público recorreu da decisão ainda naquele ano e neste ano o caso voltará a ser julgado.

EMOÇÃO

Com a voz embargada, a mãe de Gustavo, Iranilde Russo, disse que nos primeiros momentos foi muito difícil suportar todo o sofrimento com a morte do filho. “O que nos impulsiona a fazer esse ato é a luta pela justiça. É mostrar que todos devem usufruir do direito à vida. Vivemos em uma sociedade doentia e que, se não fizermos nada para mudar, a violência só tende a aumentar”, diz a representante do Movimento “Vem pra Rua”, em Belém, Márcia Sarquis.

A universitária Rebeca Lima, de 22 anos, se emociona ao falar da própria mãe, a professora Ana do Nascimento Pinto Lima, de 46 anos, morta por um colega de trabalho. “A saudade só aumenta a cada dia. Ela fazia aniversário no dia”. A professora trabalhava no município de Colares, nordeste paraense, e foi assassinada. O acusado do crime é o professor Wheider Galvão, que aguarda julgamento em Americano, no presídio Anastácio das Neves.

(Wal Sarges/Diário do Pará)