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ESPORTE BRASIL

Proposta do São Paulo fez Ceni desistir de cursos

O ex-goleiro e ídolo do São Paulo, Rogério Ceni, 43, foi apresentado nesta quinta-feira (8) como novo treinador do clube. Com contrato de dois anos, ele chega para substituir Ricardo Gomes, demitido no início de novembro. Rogério Ceni se aposentou há qua

O ex-goleiro e ídolo do São Paulo, Rogério Ceni, 43, foi apresentado nesta quinta-feira (8) como novo treinador do clube.

Com contrato de dois anos, ele chega para substituir Ricardo Gomes, demitido no início de novembro. Rogério Ceni se aposentou há quase um ano e teve seu retorno confirmado ao clube no dia 24 de novembro.

Durante o tempo que ficou longe dos gramados, o ex-goleiro passou um período na Europa e fez cursos de níveis um e dois promovidos pela FA (sigla em inglês para Federação Inglesa de Futebol).

"Eu tive o segundo semestre praticamente fora do Brasil. O primeiro semestre eu tirei para descansar e assistir a jogos, principalmente no Morumbi. Na Inglaterra, fiz aproximadamente 120 horas a 128 horas de curso. Minha ideia era fazer o Uefa B, o Uefa A e o Pro, mas recebi essa proposta do São Paulo, desisti dos cursos, e segui meu coração".

Ceni confirmou que teve experiência nos ingleses Liverpool, Watford, West Ham e Southampton. Na Espanha, ele esteve junto com Jorge Sampaoli, no Sevilla.

Ao lado do diretor-executivo Marco Aurélio Cunha, do presidente do clube Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, e do diretor de futebol José Jacobson Neto, Ceni afirmou que chega ao time "em busca da glória".

"O treinador Osório [técnico da equipe em 2015, que trocou o clube pela seleção do México,] dizia que na vida a gente busca dinheiro ou a glória. Eu vim aqui [para o São Paulo] em busca da glória", disse o novo técnico.

Marcada inicialmente para a semana passada, a sua apresentação precisou ser adiada devido à tragédia com o avião que transportava os jogadores da Chapecoense à Colômbia para a primeira final da Copa Sul-americana. E Ceni fez questão de enviar seus sentimentos.

"Talvez hoje ainda não tenha sido o dia mais indicado para acontecer a apresentação devido à tragédia que aconteceu no futebol brasileiro. Gostaria de desejar às famílias das vítimas e aos jogadores as minhas condolências", lamentou.

"A vida com a perda desses atletas, dos jornalistas, tem que continuar, mas sempre com um ponto de tristeza", completou.

MOTIVAÇÃO E RIVAIS

O ídolo são-paulino explicou o que te seduziu para aceitar a proposta do clube tricolor, mesmo diante da pouca experiência na função.

"Minha motivação foi como em 97, quando fui bater uma falta como goleiro antes de qualquer um fazer isso. Os desafios me movem", disse.

"Meu coração me diz que se o São Paulo me chama para uma oportunidade dessa, eu não posso recusar", completou.

No momento mais descontraído da entrevista coletiva, Ceni, torcedor declarado do São Paulo, descartou a possibilidade de um dia treinar os rivais da equipe tricolor -Palmeiras, Corinthians e Santos.

"Eu não consigo me ver como treinador de um desses times. Sempre manifestei meu desejo de treinar o São Paulo. Eles [clubes] não me veriam como um bom nome para dirigir os clubes deles. Falo isso com o maior respeito aos rivais", cravou Ceni, tirando aplausos de um sócio-torcedor que acompanhava a apresentação.

Apesar de ser apresentado neste ano, Rogério Ceni só inicia os trabalhos à frente do clube no ano que vem. A sua primeira competição será a Florida Cup, torneio de pré-temporada disputado nos EUA.

Para não interferir na apresentação do novo treinador, o clube treinou nesta quinta no estádio do Pacaembu com os portões fechados.

No domingo (11), o São Paulo enfrenta o Santa Cruz pela última rodada do Campeonato Brasileiro. A equipe já está classificada para a Sul-americana.

Leia trechos da entrevista coletiva do técnico Rogério Ceni:

Papel do torcedor

"Vai ser fundamental durante toda a caminhada, mas especialmente nesse início. Temos o Campeonato Paulista como o primeiro grande desafio. As arquibancadas deveriam manter preço acessível aos torcedores, para que nesse setor tenham, no mínimo, 40 mil nos empurrando. Vai ser mais do que o time colocado em campo, que as contratações a serem feitas. O apoio do torcedor sempre foi e sempre será fundamental

Ano de estudo

Tive o segundo semestre praticamente fora. Nos primeiros meses aproveitei para descansar. Vi um primeiro semestre promissor do São Paulo com grandes chances de conquistas, por pequenos detalhes não chegou à final. No segundo, fui para a Inglaterra, passei vários dias, aproximadamente 128 horas de curso pela federação inglesa. A minha intenção era fazer Uefa B, Uefa A e depois o Pro. Resolvi interromper os estudos e seguir meu coração, começar como treinador. Pude extrair o máximo de conhecimento da Inglaterra que para mim é o suprassumo do futebol europeu em nível de organização e competitividade.

Coração

Disse que se o São Paulo me chama para uma oportunidade como essa eu jamais poderia recusar. Realmente a profissão de técnico não se trata só de conhecimento no campo, mas sim de gestão de pessoas fora dele. Seria a principal função de uma equipe. O que me moveu foi o mesmo que me moveu em 97 a bater uma falta quando nenhum goleiro tinha batido. Vejo o São Paulo como um grande desafio. Na vida, só erra quem decide. Não espero ser julgado como atleta, mas sim como treinador.

Trato com atletas

Lealdade, sinceridade, objetividade, falar no olho no olho, como sempre gostei que fosse comigo. Mário Sérgio, que veio a falecer, em 1998, falou que não gostaria que eu batesse faltas. Eu entendi a colocação, respeitei, não bati nenhuma falta, mas ele foi sincero. Acho que é assim que tem de ser. Nem sempre você vai conseguir agradar a todos os atletas, mas acredito no senso de justiça pela meritocracia.

Percentual do treinador

Não tenho como avaliar um percentual de um treinador porque não exerci essa função. Eu me considero uma parte de um todo do clube, incluindo atletas, comissão técnica, as pessoas que trabalham comigo direta e indiretamente. O principal é que você se sinta importante no ambiente de trabalho. Espero contribuir com os atletas, que o ambiente seja bacana.

Renato Gaúcho

Quem vence sempre tem mais histórias para contar. Admiro o Renato pelo atleta que foi. Não só pela conquista de ontem, mas ele demonstra a capacidade como profissional da área para dirigir não só o Grêmio. Qualquer profissional que tenha conhecimento tem chance de ser treinador. Penso que quando você se atualiza, estuda, existem aqueles mais velhos, com mais experiência de dia a dia, e aqueles que têm uma mente diferente. Respeito os dois tipos de profissionais e acho que os dois podem ter sucesso no futebol.

Trabalho com a base

Não podemos gastar mais de 20 milhões por ano para manter o CT sem aproveitar os atletas das categorias de base. Observei das categorias sub-15 a sub-20. Assisti aos últimos cinco jogos, vejo profissionais altamente qualificados lá. Serão dadas oportunidades para jogadores da base. Dentro do que eu vi em Cotia acho que é possível aproveitar mais jogadores. Precisamos de uma readequação pelo elenco que a gente tem. Não gostaria de trabalhar com 30, 34 jogadores, justamente para quando aparecer algum menino trazer para cá.

Goleiros

Renan teve poucas oportunidades. Denis fez a maioria dos jogos. Conheço o Denis, sei do potencial dele, sei do que pode render porque trabalhei com ele. Ele foi o goleiro que mais jogou na minha ausência, enquanto eu ainda era goleiro. Vai ser uma disputa saudável. O Sidão vem para que a gente eleve o nível de competitividade e possa observar os três. É uma disputa saudável, são goleiros com experiência. Vamos aproveitar a Florida Cup para a gente observar o desempenho de todos eles, quem sabe um jogo cada um.

Rogério treinador

Eu sempre fui muito exigente comigo mesmo antes de ser com qualquer companheiro meu. Acredito que um dos motivos da minha chegada seja o perfil de atleta que eu fui. Se for necessário trabalharemos junto com a psicóloga, mas é tão natural a alma, o desejo, o coração, é natural para cada profissional. Espero que seja assim.

Dirigir rival

Sempre manifestei o desejo de treinar o São Paulo e acho que também eles [rivais] não me veriam como um bom nome para ser treinador das equipes deles. É muito simples de se analisar, existe uma incompatibilidade e espero poder ficar muito tempo no São Paulo. A gente sabe a vida do treinador, pode ser que não fique dois anos, ou que fique quatro, cinco. Com maior respeito que tenho pelos rivais que fizeram com que minha história fosse construída. Acho uma relação muito difícil de acontecer.

Esquema com três zagueiros

Dependo das peças que tenho disponíveis. Mas não descarto jogar com uma linha de três zagueiros. Basta que você tenha os jogadores necessários para esse esquema, vou me adaptar diante das circunstâncias. A partir do momento que eu tiver atletas e a diretoria achar possível contratações, aí vamos desenvolver mais que um esquema de jogo, mais de um modelo, e vamos nos adaptar a rivais conforme a maneira que eles jogam. Minha intenção é jogar com sistema ofensivo, mais alto, de pressão, com algum ajuste para um jogo ou outro.

Primeiro título

Penso na minha primeira vitória, que é meu primeiro jogo, e a partir disso construir vitória pós-vitória para fazer um trabalho que me dê méritos para que eu consiga isso.

Papel do Pintado

O Pintado é um membro da comissão fixa e tende a ajudar. Tem uma história muito bacana no clube. Espero que ele possa colaborar porque sei que era um jogador muito voluntarioso.

O que pegou de cada treinador

Eu aprendi com todos eles. Não lembro exatamente, mas acho que foram 23 ao longo da carreira. Aprendi as coisas que se devem fazer e as que não se devem fazer. Tento tirar isso como uma mescla para o meu trabalho futuro. Além daqueles que conversei, que só enfrentei e não trabalhei.

Auxiliares

Michael foi uma pessoa que já tinha indicação da qualidade dele como profissional e, em um dos dois dias que fiquei em Liverpool. No final do dia gostei muito do treino dele, gostei como ele lida, é pronto para lidar com garotos e com profissionais de alto nível. Temos o problema da língua, mas ele já está estudando português três horas por dia. [Charles] trabalhou com a seleção brasileira na Copa América, na Copa do Mundo trabalhou com Camarões. Me acompanhou na Inglaterra, fez os mesmos módulos que eu fiz. A princípio, vai ser um sombra do Michael dentro do campo para interagir na comunicação. Depois vai ocupar uma função de coordenação, logística, entre todos da parte de comissão técnica para ser uma figura centralizadora no sentido administrativo.

Desafio a mais

Não ousaria dizer que vou mudar algo no futebol brasileiro. Seria de uma pretensão muito grande da minha parte. Apenas vejo de vocês [jornalistas] quando assistem e comentam jogos, fazer um comparativo entre o futebol brasileiro e o europeu. Não estou trazendo novos conceitos. Tenho os meus e passei para o Michael. Os treinamentos serão muito intensos e mais curtos. Chegaremos 2h antes do treino começar, será montado no dia anterior. Pretendemos usar no mínimo dois campos. A maior atualização que um time pode oferecer é o convívio com pessoas de grandes clubes do futebol europeu.

(FolhaPress)

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