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Em busca de uma Amazônia sustentável

Os dados divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) demonstram que, em 2016, a Amazônia voltou a possuir a maior área de desmatamento do mundo. Diante de um cenário preocupante, especialistas do setor se reuniram na manh

Os dados divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) demonstram que, em 2016, a Amazônia voltou a possuir a maior área de desmatamento do mundo. Diante de um cenário preocupante, especialistas do setor se reuniram na manhã de ontem, em Belém, no Simpósio Amazônia Sustentável. Instituições científicas que integram a Rede Amazônia Sustentável (RAS) apresentaram resumos de pesquisas realizadas nos últimos anos e apontaram propostas de recomendações para tomadas de decisões que possam levar ao atingimento da verdadeira sustentabilidade.

Convidado do evento, o coordenador do Observatório do Clima e do Projeto de Mapeamento da Cobertura e Uso do Solo do Brasil (MapBiomas), Tasso Azevedo traçou um breve panorama da situação atual das trajetórias da sustentabilidade dos usos da terra. Para ele, três grandes segmentos podem apresentar ameaça ao meio ambiente no que diz respeito ao uso do solo: o desmatamento, a degradação de forma geral (relacionada à queimadas) e a contaminação da água.

No que se refere ao primeiro campo, o engenheiro florestal não deixou de citar o crescimento observado pelas estimativas de 2016 para o desmatamento na região amazônica. “A gente reduziu muito o desmatamento. Mas, se a gente olhar para os números de 2016 esquecendo todos os anos anteriores, teremos de reconhecer que essa ainda é a maior área de desmatamento do mundo”, destacou, referindo-se ao dado que do Inpe que registraram uma taxa de 7.989 Km² de remoção total da cobertura da floresta no período de agosto de 2015 a julho de 2016.

Segundo Tasso, quando se analisa a área desmatada acumulada ao longo dos anos, é possível considerar que ela já representa aproximadamente 20% da área original da Amazônia. “Eu fiz uma conta rápida e cheguei à taxa de 250 metros quadrados sendo desmatados por segundo”.

RAS

A Rede Amazônia Sustentável pretende exatamente avaliar as consequências ambientais e sociais que as mudanças do uso da terra podem causar na Amazônia Brasileira. Ao longo de sete anos de atuação, mais de 100 pesquisadores se empenharam em realizar pesquisas que possam apontar caminhos para se ter mais sustentabilidade no uso do terra. Mais de 500 propriedades foram avaliadas.

SOLUÇÕES

Recomendações apontadas como possíveis indicadores para a realização do uso da terra de forma sustentável

Encarar a ilegalidade com intolerância. Controlar de forma mais enfática os desmatamentos ilegais através de embargos e recursos como, por exemplo, o Cadastro Ambiental Rural (CAR);

Intensificar a atividade agropecuária em áreas já desmatadas;

Ampliar as áreas de proteção;

Destinar florestas públicas. O país possui cerca de 70 milhões de hectares de áreas públicas não destinadas e onde mais cresce o desmatamento são justamente em áreas sem destinação;

Valorizar a proteção das florestas que já estão degradadas. Faz mais sentido permitir que áreas degradadas se recuperem do que o esforço de se reflorestar.

Fonte: Tasso Azevedo - coordenador do Observatório do Clima e do Projeto de Mapeamento da Cobertura e Uso do Solo do Brasil (MapBiomas).

Reduzir o desmatamento é plenamente possível, diz pesquisadora

Segundo aponta a pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental e membro do Comitê Coordenador do RAS, Joice Ferreira, as avaliações realizadas apontam que a Amazônia tem estrutura para fazer a redução do desmatamento, sobretudo no que diz respeito ao controle através das imagens de satélites.

O problema, porém, estaria no fato dessas medidas já estarem saturadas. “Essas medidas estão se saturando porque a gente precisa da outra parte que ainda temos dificuldade: que é a produção sustentável.”

Para Joice, a redução do desmatamento só será possível a longo prazo a partir do momento em que os que estão na zona rural perceberem que é possível produzir com mais qualidade em uma menor extensão de terra. “Os dados mostram que o conhecimento técnico, a infraestrutura no campo, a origem do produtor e outros fatores influenciam na decisão de que uso da terra adotar ou não”.

(Cintia Magno, Diário do Pará)

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