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Fresno mostra som mais maduro

Como protagonista de sua própria ópera-rock, a banda Fresno seguiu um enredo intenso em 2016. O ano começou com os últimos shows da turnê do DVD “Fresno – 15 Anos ao Vivo”, seguidos da excursão “Ciano 10 Anos”, comemoração de uma década desde o lançamento

Como protagonista de sua própria ópera-rock, a banda Fresno seguiu um enredo intenso em 2016. O ano começou com os últimos shows da turnê do DVD “Fresno – 15 Anos ao Vivo”, seguidos da excursão “Ciano 10 Anos”, comemoração de uma década desde o lançamento do terceiro disco do grupo. O vocalista, guitarrista e produtor Lucas Silveira ainda conseguiu lançar seu segundo livro, “Amores Impossíveis e Outras Perturbações Quânticas”, meses atrás. Agora, a poucos dias de encerrar o ano, a banda inicia a turnê de “A Sinfonia de Tudo que Há”, sétimo disco de sua trajetória, disponibilizado nas lojas e via streaming em 13 de outubro.

Para este disco, o grupo formado por Lucas Silveira (vocal), Thiago Guerra (bateria), Gustavo Mantovani (guitarra) e Mário Camelo (teclado) decidiu se desprender de qualquer amarra. A participação de Caetano Veloso em “Hoje Sou Trovão”, portanto, se encaixa naturalmente. “Cada segundo ocupando uma mesma sala que Caetano é uma experiência antropológica valiosa. Além disso, ter sua voz eternizada numa canção nossa nos dá, além de orgulho, a chance de sermos ouvidos por outros públicos, e uma sensação de que a música brasileira é uma coisa só”, comentou o vocalista.

Em 11 faixas escritas por Lucas, o disco concebido como uma ópera-rock traz diversas influências para contar sua história, entre elas, o conceito de “jornada do herói”, de Joseph Campbell. Os arranjos são amplificados pela orquestra do maestro Lucas Lima, presente em cinco faixas. Em entrevista ao DIÁRIO, o guitarrista Gustavo (Vavo) Mantovani, contou como foram as gravações em estúdio e as escolhas que levaram até “A Sinfonia de Tudo o Que Há”.

P - Como surgiu a proposta de gravar com orquestra e como vocês fizeram para manter essa sonoridade no restante do disco, mesmo quando ela não estava presente?
R - A orquestra é um recurso que a gente tem usado cada vez mais. Começou com o EP “Cemitério das Boas Intenções” (2011), em uma música. Depois esteve presente em três faixas de “Infinito” (2012) e no EP “Eu Sou a Maré Viva” (2014). Dessa vez, ela está em cinco faixas. Gostamos porque dá esse ar mais épico ao álbum, e cada vez mais a orquestra é protagonista na música. Na primeira vez que usamos, as pessoas quase não notavam que havia uma orquestra na gravação. Agora, realmente, quem escuta acha que ela estava no disco inteiro porque mantivemos esse clima.

P - O público comenta as mudanças na sonoridade da banda, fala de um amadurecimento. Na sua perspectiva, como integrante dela, como é, por exemplo, olhar para o primeiro disco e agora para esse?
R - Nos primeiros discos a gente tinha entre 18 e 20 anos, nossa música refletia coisas dessa fase da vida, elas falavam de desilusão amorosa, sair de casa. O tempo passou, a gente começou a crescer nacionalmente, foi morar em São Paulo, conheceu outras bandas. Cada álbum é uma evolução. “Sinfonia...” é um momento em que a gente passa dos 30 anos, alguns já começam a constituir família, o Lucas tem uma filha, a Sky. Você começa a pensar outras questões, e isso se reflete na música.

P - Quais influências foram fundamentais para “Sinfonia...”?
R - Acho cada vez mais difícil responder essa pergunta (risos). O acesso à musica tem muita facilidade, em um curto tempo você escuta muitas bandas. Basta você clicar na opção “aleatório” do Spotify e umas 10 músicas de 10 bandas diferentes chegam até você. Na hora de compor, você consegue criar canções em que um riff de guitarra é seguido apenas por um teclado e uma orquestra. Talvez eu possa citar aqui o Muse, algo que alguns fãs já comentaram com a gente. O Mário (teclados) é muito fã de Nine Inch Nails, então é outra influência perceptível.

P - Como foram as gravações em meio a duas turnês seguidas?
R - Foi uma coisa bem difícil, porque a gente tocava praticamente todo final de semana, às vezes começando na quinta-feira. Toda pré-produção, ensaios, gravações, sempre ocorriam no meio de semana. Mas a gente fez sem muita pressa também, o prazo é nosso, trabalhamos de forma independente. Então foi gravado num clima tranquilo, geralmente no final do dia, além disso 80% foi gravado no estúdio que o Lucas tem em casa, e moramos todos próximos. Vez ou outra, encerramos mais cedo porque ele precisava cuidar da filhinha dele, mas depois retomávamos.

Veja o clipe de "Poeira estrelar":


P - Você considera que está mais fácil trabalhar de forma independente?
R - Sim, o mercado está mais equilibrado entre as gravadoras. O dinheiro controlava muito a música e elas, gravadoras, tinham o dinheiro. O que eu digo é que antigamente a música chegava até as pessoas, por rádio, TV. Hoje, elas vão atrás da música no computador, no celular, tablet. As bandas independentes ganharam espaço com o streaming, podendo concorrer cara a cara com as gravadoras. A gente aprendeu muito no percurso, com várias pessoas, como gravar clipe, disco, promover
nossos discos.

P - A gente sabe que disco novo é sinônimo de show novo. Já deu para afinar a sonoridade do estúdio para o palco?
R - A gente começou a turnê (dia 19 de novembro) no Rio, após umas férias rapidinhas. A ideia foi mesmo afinar como seria o show. Ensaiamos músicas novas, trouxe algumas antigas, bateu cabeça para montar o repertório. Ficaram oito do novo (bastante, levando em conta a média que as bandas costumam levar), pela reação da galera, que curtiu as músicas, e 10 da carreira da banda (o que fez a galera reclamar, mas tudo bem). A gente teve trabalho para adaptar, por causa da orquestra. Mas chegamos a algumas soluções, tem canção, por exemplo, em que eu alterno entre a guitarra e os tambores.

P - Há planos da Fresno vir ao Norte com esse novo trabalho?
R - As últimas turnês passaram por Belém. Demorou para tocar aí pela primeira vez, mas agora sempre queremos incluir a cidade. Essa é uma ideia para 2017. Queremos fazer Belém e outras cidades do Norte e Nordeste. Às vezes precisa fazer por etapas, mas a ideia é passar pelo Brasil inteiro.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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