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ESPORTE PARÁ

Daniele Hypólito desiste de aposentadoria

Considerada um talento e prodígio desde tenra idade, Daniele Matias Hypólito se tornou a primeira ginasta brasileira a conquistar uma medalha num Mundial de Ginástica Artística com a prata na trave, em Gent, Bélgica, em 2001. Quinze anos depois, a ginasta

Considerada um talento e prodígio desde tenra idade, Daniele Matias Hypólito se tornou a primeira ginasta brasileira a conquistar uma medalha num Mundial de Ginástica Artística com a prata na trave, em Gent, Bélgica, em 2001. Quinze anos depois, a ginasta encerrou sua participação nos Jogos Olímpicos do Rio afirmando que era a última vez que disputaria uma Olimpíada, e que se preparava para encerrar a carreira na próxima temporada. Durante sua rápida passagem por Belém, na última terça-feira, conversamos com a atleta, que afirma que reviu essa posição.

“Muita coisa mudou dos Jogos pra cá, e, nesse momento, penso em estender a carreira por mais alguns anos, até os Jogos de Tóquio”, comentou. Aos 32 anos, idade em que raramente um ginasta ainda compete em alto nível, Daniele ainda tem índices muito bons e espera seguir competindo como ginasta de especialidades. “Tiveram algumas mudanças que vão me permitir ir a Tóquio, em 2020. Hoje há a possibilidade de os atletas se especializarem e se classificarem pelas etapas da Copa do Mundo, e isso me ajudou muito a reconsiderar parar em 2017. Vou treinar até o ano que vem para ver como funcionará a classificação do especialista, sem tirar a possibilidade de ir até 2020”, explica Daniele Hypólito.

LONGEVIDADE JÁ PODE SER ALCANÇADA

Olga Korbut e Nadia Comanecci se aposentaram da ginástica antes dos 23 anos. A vida de um ginasta de ponta costumava começar ainda muito cedo, durante a infância, e terminar ainda no início da vida adulta, mas, nos últimos anos, essa lógica começou a sofrer uma mudança. “Mudanças na estrutura de aparelhos te propiciam ir mais longe. E isso é legal porque mostra que não é só o novinho que pode fazer ginástica. Antigamente, com 20 anos o ginasta já era considerado velho”, comenta Daniele Hypólito. Outro fator que a ginasta aponta como contribuição a essa longevidade são as equipes multidisciplinares na preparação dos atletas.

“A partir do momento em que você sobe no aparelho, a ginástica é um esporte individual, mas antes deles você tem uma equipe trabalhando contigo. Em todos esportes, antes do treino, você vê um trabalho de aquecimento que serve como prevenção a lesão física”, relembra a ginasta. Daniele destaca os ginastas que têm superado essas marcas e que são exemplos para fazê-la seguir em frente. “Tivemos a Oksana Chusovitina, no Rio, competindo com 41 anos. Também o Dragulescu, no masculino, que competiu com 36 anos. Foi também um exemplo de superação, porque ele já tinha abandonado e retornou aos Jogos conquistando medalha. E, além de mim, o meu irmão (Diego) também não é considerado um atleta jovem e conquistou a prata no Rio”, aponta Daniele.

PARA LEMBRAR

Pouco tempo após a medalha de prata no Mundial da Bélgica, o estádio Edgar Proença, o Mangueirão, foi reaberto ao público, após um ano de obras, com suas arquibancadas concluídas. Antes do Re-Pa inaugural, houve um evento festivo e a convidada principal da noite foi Daniele Hypólito, que se apresentou no gramado do estádio. “Você, num país onde o futebol é o carro-chefe do esporte, ter o convite de reinaugurar um estádio do tamanho que é o Mangueirão, é uma grande honra. Não tenho muitas lembranças porque eu era muito novinha na época, mas eu lembro que fiz uma apresentação de solo e na trave”, relembra.

CAMINHOS A SEGUIR

Presente em Belém para participar de uma palestra em faculdade do grupo Estácio de Sá, Daniele explicou que o grupo é parceiro pessoal em um âmbito mais íntimo do que apenas um patrocinador. “Na verdade, eles têm colaborado muito com os meus estudos. Há alguns anos venho estudando e eles têm sido bem flexíveis e compreensivos com os meus horários e disposição de tempo em meio aos treinos. Estou estudando marketing e o meu plano, após concluir, é trabalhar para ajudar na formação e novos atletas”, diz.

Dani aponta dois caminhos para apoiar a formação de novos atletas. Uma delas é através de projetos esportivos. “Muitas empresas hoje em dia não tem uma compreensão clara de como funciona a lei do esporte. Patrocinadores querem investir num prazo de dois anos, mas a formação de um medalhista olímpico leva 10 anos em média. Também queremos capacitar os atletas sobre seus direitos e os apoios que a lei hoje prevê”, comenta.

Outro caminho que ela pensa em seguir é o da formação de um instituto para desenvolver um projeto esportivo social para ginástica de base. “A base é a raiz de todo esporte, e no momento ainda não é muito disseminado, temos esforços muito concentrados na região Sudeste e gostaríamos de ampliar isso”, explica.

Um assunto, no entanto, preocupa Daniele quando o tema é o futuro: fomento. A crise econômica e os seguidos anúncios de cortes do governo federal, têm colocado em risco os projetos de bolsa esportiva e investimentos na área. “Preocupa muito. Estamos esperando chegar o mês de janeiro, que é quando são publicados os editais e bolsas e tudo é definido. Antes disso, é difícil projetar alguma coisa para o resto do ano. Nós atletas não temos carteira assinada e, infelizmente, também não temos garantias. Cortes, com certeza, mudariam toda programação”, conclui.

(Taion Almeida/Diário do Pará)

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