MP age para tentar resolver o caos no PSM do Guamá

Continua indefinida a situação entre médicos plantonistas e a direção do Pronto-Socorro Municipal Humberto Maradei, o PSM do Guamá, em Belém. Na manhã de hoje, representantes da categoria e de entidades ligadas à saúde se reúnem com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) e com a a mediação do Ministério Público do Estado (MPE), às 10h no MPE.

Anteontem (29), médicos plantonistas de 3 especialidades – clínica, cirurgia geral e ortopedia -, protestaram contra a redução do número de plantonistas da área clínica, de 4 para 3, por cada plantão de 12 horas, no PSM do Guamá. Quando a medida entrou em vigor, no último dia 23, os plantonistas deste setor entregaram suas escalas. Com isso, deixaram de trabalhar no PSM do Guamá. Dois dias depois, foi a vez dos plantonistas da cirurgia geral e ortopedia entregarem as escalas, aderindo ao movimento dos clínicos. Sem os médicos, o PSM do Guamá acaba não atendendo pacientes que chegam, que são encaminhados para outros hospitais. Há 3 anos trabalhando como plantonista no PSM do Guamá, o médico cirurgião geral Diego Uchôa disse que não houve nenhum diálogo entre a direção do Pronto-Socorro do Guamá antes do anúncio da redução de médicos no setor clínico.

Segundo ele, os plantonistas trabalham sem nenhum vinculo empregatício, o que torna ainda mais frágil a situação da categoria. Medida semelhante para a diminuição do número de plantonistas já afetou, há 2 meses, os cirurgiões, quando havia 4 médicos por plantão e, depois, ficaram apenas 3. “No caso da clínica geral, é complicado trabalhar com tão poucos médicos, já que têm de analisar o número de pacientes e o grau de complexidade do caso”, avalia.

CONTRATOS

O assessor jurídico dos médicos, Herson Moraes, informou que está analisando o tipo de contrato feito entre plantonistas e a Prefeitura de Belém. “Iremos contatar com a Sesma para conhecer como são feitos esses contratos de trabalho para que o pagamento dos plantonistas seja feito regularmente”, afirmou Moraes. Ainda segundo ele, os médicos estão com os pagamentos dos plantões atrasados há cerca de 1 mês e meio. Amanhã, os técnicos de enfermagem se reúnem para decidir se aderem ao movimento e paralisam as atividades.

A Sesma informou, por meio de nota, que os médicos efetivos lotados no PSM do Guamá estão atendendo as demandas do hospital. A nota diz, ainda, que o órgão abriu mão do 4° clínico porque caiu o número de pacientes no PSM do Guamá.

PSM DA 14 - PRECARIEDADE

Sem alternativa no PSM do Guamá, pacientes vão tentar atendimento no Pronto-Socorro Municipal da travessa 14 de Março, que vem enfrentando problemas de atendimento antes mesmo do dia 23. No dia 17, Luzia Ferreira dos Santos, 76, morreu esperando, em um quarto de observação, por um leito de UTI. Ela estava internada com infecção no fígado e suspeita de cânce

(Wal Sarges/Diário do Pará)