Gás de cozinha fica mais caro

Distribuidoras pagarão até 4% a mais pelo produto. No Pará, ainda não se sabe ao certo de quanto vai ser o reajuste, pois vai depender dos custos das revendedoras. Porém, aumento pode chegar a R$ 2,40

Por trabalhar com comida, a chef de cozinha Patrícia Viana gasta 4 botijões de gás por mês


foto: ANTONIO MELO

ECONOMIA

Pryscila Soares, com Denilson d’Almeida

Os consumidores paraenses devem começar a pagar mais caro pelo gás de cozinha, a partir de hoje. O anúncio do reajuste de até 4% foi feito ontem pela Petrobras às distribuidoras do produto. Entretanto, para o cliente final, o percentual de aumento vai depender da região e dos custos do revendedor.

Segundo o presidente executivo do Sindicato dos Revendedores de Gás Liquefeito de Petróleo - GLP do Estado do Pará (Sergap), Francinaldo Oliveira, no Pará, o gás de cozinha custa, em média, R$ 60,48, acima do valor médio praticado no restante do Brasil, que é de R$ 55,35. Caso o reajuste seja de 4%, o aumento seria de R$ 2,40.

O sindicalista ressalta que o mercado paraense costuma sentir o aumento mais do que outras regiões do País, sobretudo porque o Estado não é produtor de gás de cozinha e os revendedores dependem do frete para trazer o produto de outros estados. “O revendedor é livre para estabelecer seu preço, conforme os custos gerados em cada estabelecimento”.

SURPRESA

A chef de cozinha Patrícia Viana, que em virtude do seu trabalho consome pelo menos 4 botijões de gás por mês, lamentou mais esse reajuste. “A notícia me causa surpresa. Faz pouco tempo que o combustível aumentou e, agora, é o gás de cozinha”. Ela afirma que ainda consegue comprar o botijão por R$ 55 porque compra em grande quantidade. “É pelo menos R$ 220 que gasto todo mês com o produto”.

Patrícia ainda não sabe por quanto vai comprar os próximos botijões, mas já começa a colocar na ponta do lápis os cálculos dos custos. “Trabalho com buffet, bolos, doces e salgados e tenho encomendas até janeiro. Com estes clientes que já fechei contrato não poderei aumentar o preço”, pontuou, acrescentando que fará “malabarismo” para que o reajuste não chegue até seus clientes.

PREÇOS

A estimativa da Petrobrás é de que o botijão de 13 quilos, que é o padrão para uso residencial, fique cerca de R$ 0,20 mais caro para as distribuidoras. De acordo com a estatal, o aumento não deverá ultrapassar R$ 0,70 por botijão em nenhum lugar do País.

Ainda segundo a Petrobras, o aumento ocorrerá porque os custos com a logística do produto, que eram cobertos pela estatal, serão repassados às distribuidoras.

FIQUE ATENTO

O consumidor deve cobrar o cupom fiscal no ato da compra do gás de cozinha, além de verificar a placa de identificação da distribuidora.

Em caso de suspeita de fraude no peso do botijão – o residencial possui 13 quilos e o industrial 45 quilos, o consumidor pode pedir para pesar o produto.

(Pryscila Soares e Denilson D'Almeida/Diário do Pará)