Após fuga, diretoria de presídio é afastada

Somente após a porta ser arrombada, o responsável se preocupa em reforçar a tranca. As palavras cabem, com exatidão, ao sistema penitenciário paraense atual. E quem ratifica é a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe) que, através de nota, informou ontem que uma “Comissão de Correição Administrativa já foi criada para intervir no Presídio Estadual Metropolitano I, no Complexo Penitenciário de Marituba”, na Região Metropolitana de Belém. Motivo: a fuga de 96 presos e morte de 2 deles, quando tentavam escapar, na madrugada de anteontem. Desse total, apenas 16 foram recapturados. Traduzindo: há 80 bandidos perigosos soltos nas ruas de Belém e talvez interior do Pará, quando deveriam estar atrás das grades.

A nota da Susipe, divulgada por sua assessoria de comunicação, vai mais além. Como justificativa para a fragilidade da segurança no PEM 1, “toda a diretoria do presídio foi imediatamente afastada de suas funções. A Corregedoria da Susipe apura o caso e identificou indícios de negligência por parte de servidores na fuga”. O PEM 1 tem vagas para 404 detentos, mas atualmente abriga 821.

INQUÉRITO

A nota divulgada pela assessoria de comunicação da Susipe, a respeito da fuga de 96 presidiários do Presídio Estadual Metropolitano 1 (PEM 1 ), diz ainda que “todos os agentes penitenciários de plantão já prestaram depoimento. Um inquérito policial também foi aberto para investigar o caso”. Para finalizar, a Susipe informa que os nomes dos 2 presos, mortos a tiros, só serão divulgados após as famílias deles autorizarem. É esperar e torcer para que mais esse caso que expõe a fragilidade das cadeias paraenses seja apurado e os responsáveis punidos com rigor.

(Diário do Pará)