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Mãe fala sobre filho transgênero e emociona Belém

Embora vivamos no século XXI, o preconceito em nossas sociedades pouco diminuiu. No Brasil, é comum vermos casos de xenofobia, racismo e outras manifestações de ódio em todos os estados. A evolução humana, a libertação de consciências vem devagar, mas vem

Embora vivamos no século XXI, o preconceito em nossas sociedades pouco diminuiu. No Brasil, é comum vermos casos de xenofobia, racismo e outras manifestações de ódio em todos os estados. A evolução humana, a libertação de consciências vem devagar, mas vem. É o caso de Norma Coeli e seu filho José Bernardo, que mesmo em um Estado com preconceitos tão arraigados, decidiram enfrentar juntos, com muito amor, o assunto sobre transexualidade.

Norma decidiu publicar em uma rede social, na quarta-feira (12), uma mensagem em uma rede social falando sobre seu filho. O post já foi visualizado por milhares de pessoas e tem conquistado o carinho de muitos paraenses.

Norma conta que desde o nascimento de Letícia (agora Bernardo), sempre percebeu “que ele não era uma menina”. No início de sua infância, a mãe tentava fugir da questão e ignorava seu próprio instinto materno. “Para fugir da aceitação, comecei a fazer tudo o que uma mãe faz com uma menina, lacinhos e tudo mais, até no balé matriculei, mas quando os hormônios começaram a aflorar minha coragem veio junto”, diz Norma em conversa com o DOL.

Aos 12 anos, José Bernardo decidiu contar para mãe que sentia atração por meninas. A partir deste momento, a família decidiu encarar com normalidade a situação, sempre com muito diálogo. “Foi a melhor escolha que poderia ter feito, quando meu filho entrou no ensino médio, pediu para cortar os longos cabelos. Ele passou por uma transformação, seu verdadeiro eu começou a surgir, vi meu filho brilhando na minha frente”.

Norma conta ainda sobre as questões existenciais da sexualidade. “Acredito que estas questões fogem do nosso entendimento, que a sexualidade pode estar ligada à alma. Meu filho nasceu no corpo de uma menina, mas sempre foi um menino lindo, com o coração gigantesco. Não foi uma opção que ele fez ao longo da vida, ele nasceu assim”, explica.

Leia na íntegra a mensagem da mãe:

Lei de identidade de gênero

Recentemente no Estado do Pará entrou em vigor uma lei que permite aos transexuais tirar uma identidade com o nome escolhido. A iniciativa do Movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) de Belém, deu origem a Lei nº 9.199/2016, aprovada na Câmara Municipal em dezembro de 2015 e já sancionada. A cidade de Belém é o primeiro município do Pará a garantir o nome social para travestis e transexuais.

A oficialização do nome escolhido foi um importante passo para o menino de 18 anos. "José" em homenagem ao avô, "Bernardo" que significa força de urso, força necessária para encarar os desafios, como a entrada na Universidade Federal do Pará recentemente.

“Para falar a verdade, o preconceito nunca foi tão visível para mim, porque tive muito amor dentro de casa, meus pais e meu irmão sempre foram muito abertos para mim, dispostos a aprender sobre mim. Por tudo isso, o preconceito que eu poderia sofrer acabou sendo mínimo, aliás, acho que o pior preconceito é aquele que praticamos contra nós mesmos” afirma Bernardo.

Ontem a mãe decidiu avisar a família e os amigos sobre sua relação com o filho e seu novo nome publicando a mensagem no Facebook e marcando algumas pessoas. Ela não esperava o enorme alcance. A mensagem rapidamente viralizou além das fronteiras do estado, e Norma percebeu que com seu exemplo poderia ajudar outras famílias na mesma situação.

“As pessoas têm medo de falar, escondem. Quero dizer que a base de tudo é o amor, olhar para seu filho ou filha, e seja a condição que for, seja gay, lésbica ou qualquer outra coisa, eles não perderam a essência e nem deixam de ser seus filhos. Então não deixe de amar, ame muito, pois se seu filho não se sentir amado dentro da própria casa, onde ele vai se sentir amado?”, incentiva Norma.

Por fim, José Bernardo convida a todos a comunidade LGBT e simpatizantes para participarem do Fórum Trans da Amazônia. “No fórum nós acolhemos todos para que possamos lutar cada vez mais fortes, inclusive estaremos presentes na Parada LGBT em Belém no domingo(16), que ocorrerá na Praça da República. Quem estiver interessado em conhecer nosso trabalho, é só acessar a página ou nos contatar direto na praça.

(DOL)

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