Nas entranhas do segundo município mais populoso do Estado, a falta de infraestrutura fica estampada em localidades onde as ruas são tomadas pela lama, onde pedestres não têm calçadas para caminhar, em que o lixo se acumula e os serviços de água e de esgoto simplesmente não chegam. Escancarado para o mundo pelo estudo intitulado “Índice de Bem-Estar Urbano dos Municípios Brasileiros”, a baixa qualidade de vida em alguns bairros de Ananindeua já é vivenciada há anos por seus moradores sem que nada seja feito para mudar.
Distante do centro onde estão localizados grandes comércios no município, parte do bairro do Icuí-Guajará guarda péssimas condições de moradia. São conjuntos, loteamentos e ruas que ‘colecionam’ graves problemas. A poucos quilômetros da capital, falta o básico. Na rua ‘Deus Tem Poder’, no loteamento Airton Senna, o cenário mal consegue remeter a um perímetro urbano. Sem asfalto, a via amarronzada se transforma em lama sempre que chove. No lugar das calçadas, há uma grande quantidade de mato. Exposta, a vala espessa que escorre em direção ao fim da rua é a prova da ausência de qualquer sistema de esgotamento sanitário.
Há dez anos morando na via, a costureira Marilene Paixão, 42 anos, observa da porta de casa o não cumprimento de promessas realizadas em períodos de campanha. “Eles dizem que vão asfaltar aqui, mas só o que fazem é passar a máxima e deixar assim na poeira”.Ainda em janeiro deste ano, as condições da rua ‘Deus Tem Poder’ foram constatadas pelo DIÁRIO. No dia 5 de janeiro de 2016, uma obra teria deixado a rua tomada por uma grossa camada de lama. Na manhã da última sexta-feira, passados cerca de oito meses, a situação encontrada não era muito diferente. “Está assim porque não choveu. Quando chove enche tudo”, confirma Marilene.
NÚMEROS
510.834 é a estimativa do IBGE para a população de Ananindeua no ano de 2016.
5492ª é a posição de Ananindeua no ranking que cita 5.665 cidades brasileiras. O Estudo coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) avalia a qualidadede vida da população em seus municípios.
(Cintia Magno/Diário do Pará)
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