Vereadores da base de sustentação do prefeito de Parauapebas, Valmir Mariano, foram flagrados no estacionamento da Câmara Municipal do município recebendo propina dentro de um veículo. O Ministério Público em Parauapebas já apura o caso e notificou dois vereadores envolvidos - Maridé Gomes e Bruno Soares - para um interrogatório, amanhã, na Promotoria de Justiça do município.
Hélio Rubens Pereira, promotor de Parauapebas, assistiu ao vídeo várias vezes e disse que as imagens são claras. “As circunstâncias nos levam a crer que houve pagamento de propina ou Caixa 2, a mando de um empresário de Parauapebas que tem vários contratos com a Prefeitura”, destacou o promotor, acrescentando que ainda não há como afirmar quando o vídeo foi gravado. “Vamos ouvir todos os envolvidos e mandar realizar uma perícia nas imagens”.
Após tomar o depoimento dos vereadores, o promotor decidirá se instaura procedimento criminal preliminar, que pode levar a uma ação criminal, ou um inquérito civil, que pode resultar numa ação de improbidade administrativa contra os envolvidos. No meio político de Parauapebas, circula a informação de que a suposta propina recebida pelos vereadores foi utilizada para Caixa 2 de campanha.
R$ 10 MIL
No vídeo, o vereador Maridé Gomes aparece recebendo várias notas de
R$ 50 de um intermediário chamado Pedro, que seria sobrinho do empresário Hamilton Ribeiro, que tem vários contratos com a Prefeitura e já foi investigado pelo MP. Em seguida, Pedro confere que ali há R$ 10 mil. No fim da conversa, Pedro diz a Maridé: “Dá para tu ir quebrando um galho aí, até ajeitar a vida”. Na segunda parte do vídeo, o vereador Bruno Soares, líder do governo Valmir, na Câmara, entra no carro e Pedro informa que tem mais R$ 10 mil que seu tio havia mandado lhe entregar. Em seguida, o intermediário repassa o valor ao vereador e pergunta se ele quer conferir. Soares responde: “Beleza!”. Pedro informa, então, que o valor é uma “ajuda de custo”. Bruno arremata: “Sempre é bem-vindo.”
No fim da gravação, o vereador Ivanaldo Braz, presidente da Câmara, oferece “150” (não fica claro se são R$ 150 ou R$ 150 mil) a uma pessoa para não deixar um vídeo “vazar”. O homem recusa: “Não. Por 150 eu deixo vazar”. Como o vídeo não comprova pagamento nem recebimento de propina por Braz, a Promotoria decidiu, por enquanto, não incluir o vereador no processo.
(Diário do Pará)
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