CPI investigará possíveis desvios em Moju

Na manhã desta sexta-feira (16), cinco dos treze vereadores da Câmara Municipal de Moju, nordeste paraense, aprovaram a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar possíveis desvios de investimentos por parte do prefeito Deodoro Pontoja da Rocha (PSDB), mais conhecido como "Ié Ié".

Segundo a vereadora Eliomar Cruz (PMDB), haveriam grandes indícios de que parte de cerca de R$ 2.700.000,00, valor que deveria ser investido no programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), não tenha sido repassado ao programa, mas sim utilizado em obras da prefeitura e com preços acima dos esperados.

Em menos de um ano, Deodoro Pantoja já se envolveu em diversas polêmicas e denúncias. Foto: Cristino Martins/Agência Pará

O documento que pede a instalação da CPI afirma ainda que "as obras contratadas e executadas constituem melhoria na infraestrutura das escolas municipais, ou seja, apesar de destinadas ao benefício da rede de ensino municipal, foram realizadas em descumprimento à Lei de Bases e Diretrizes da Educação Nacional, motivo pelo qual constituem aplicação indevida das verbas federais e dano ao erário", isto é, às contas do município.

Ainda de acordo com a vereadora, a CPI deve definir comissão e outros detalhes, como o cronograma de investigações, já na próxima semana. Durante a sessão, partidários do prefeito fizeram tumulto e protestaram contra a abertura da CPI.

Outra denúncia

Em junho, o DIÁRIO já havia denunciado que a Prefeitura de Moju poderia estar criando um grande rombo nas contas do município. De acordo com denúncias recebidas por vereadores que fazem oposição ao prefeito Deodoro, os valores referentes ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) que são descontados dos funcionários públicos estão sendo desviados desde 2013. A dívida pode ser superior a R$ 20 milhões. A denúncia já está nas mãos do Ministério Público Federal (MPF).

Prefeito já agrediu repórter

Em novembro de 2015, Reginaldo Ramos, repórter cinematográfico da RBA TV, foi retido dentro de uma casa particular e teve o equipamento de trabalho apreendido por Deodoro.

Na época, segundo testemunhas, Reginaldo então foi levado pelos PMs até dentro da casa do prefeito, onde ficou retido por alguns minutos. Ele foi liberado, mas os policiais deixaram os equipamentos cinematográficos retidos dentro da casa de "Ie Ié".

A reportagem do DOL entrou em contato via telefone com a Prefeitura de Moju. A funcionária que atendeu a ligação afirmou que o prefeito não estava no local e que nenhuma outra pessoas poderia falar sobre o caso. Foi solicitado também um e-mail para pedir mais informações. No entanto, fomos informados que não haveria nenhum endereço eletrônico para contato.

(DOL)