Médicos e funcionários do Hospital Geral de Parauapebas, no sudeste paraense, denunciam que foram constrangidos por guardas municipais ao serem submetidos a revista e vistoria na saída do trabalho, na noite do último sábado (3).
Segundo o Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), eles foram ameaçados com a justificativa de que alguém teria filmado um furto de materiais e medicamentos.
Já os guardas, segundo o Sindmepa, alegaram que apenas cumpriram ordem da Gamp, empresa que administra o hospital, "por contrato sem licitação com a Prefeitura".
De acordo com o Sindmepa, o procedimento foi realizado na área externa do hospital, com vistoria nas bolsas e veículos dos profissionais.
CONSTRANGIMENTO E HUMILHAÇÃO
Segundo o depoimento de um funcionário, que não teve a identidade revelada, o seu veículo foi preso no estacionamento até que ele aceitasse passar pela vistoria.
Um médico que também não foi identificado classificou o procedimento como totalmente agressivo e constrangedor.
"Quando ia saindo do plantão já havia um fila de carros e motos sendo revistados. Alguns se recusaram a serem revistados. Fui abordado por um guarda municipal que disse que havia uma denúncia de quem alguém havia roubado algo do hospital".
O profissional ainda tentou se recusar ao constrangimento ao ser informado pelos guardas de que eles já sabiam qual era o veículo que estava com o material, mas por motivos pessoais voltou atrás.
"Disse que se eles sabiam qual era o carro, então fossem diretamente a ele, e não ficar constrangendo os funcionários. Como eles não estavam permitindo a saída de ninguém, e meus filhos estavam sós em casa, chamei o guarda e abri a traseira do carro, minha mochila, maleta e a bolsa da minha esposa. E perguntei se o que ele estava procurando estava lá", acrescentou.
Ainda segundo o Sindmepa, o sentimento dos funcionários foi de humilhação como o processo foi conduzido.
O Sindicato denuncia ainda, que o hospital está sem equipe médica para a visita diária na maioria dos setores e sem plantonistas para as intercorrências.
Segundo o Sindmepa, a empresa que assumiu contrato com a Prefeitura, "com dispensa de licitação, não tem corpo clínico algum" e que "os poucos médicos que ainda estão atuando no HGP são os que a Secretarial Municipal de Saúde (Semsa) autorizou a receberem diretamente e alguns que não conseguem deixar seus postos de trabalho pelo risco dos pacientes, como da Unidade Intermediária de Cuidados Neonatais, onde estão internadas várias crianças graves".
O DOL entrou em contato com a Semsa e aguada um posicionamento em relação as denúncias.
(DOL)
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