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"Breguetu" será apresentado hoje em Benevides

O brega tem uma estética própria e muda conforme as dinâmicas sociais, históricas, tecnológicas. Um universo de ramificações e de influências permeiam o ritmo. Do ponto de vista da dança, também há evoluções e as expressões corporais costumam seguir a bat

O brega tem uma estética própria e muda conforme as dinâmicas sociais, históricas, tecnológicas. Um universo de ramificações e de influências permeiam o ritmo. Do ponto de vista da dança, também há evoluções e as expressões corporais costumam seguir a batida da sonoridade.

Inspirado neste universo, o Grupo Experimental, de Recife, passou a pesquisar o ritmo que, assim como no Pará, tornou-se bastante popular no Estado de Pernambuco. Mas de que forma fazer um espetáculo de dança contemporânea baseada numa dança que por si só já tem fortes características? É isso que eles respondem em “Breguetu”, que será apresentado hoje, às 17h, no Festival Metropolitano de Dança, em Benevides, e nos próximos dias em Ananindeua, Abaetetuba e Belém.

Com 22 anos de criação, a companhia tem em seu percurso uma marca: a observação das pessoas e o diálogo com os movimentos da cidade. De acordo com a diretora do espetáculo, Mônica Lira, a companhia busca realizar montagens que transitam pela realidade de onde estão sediados, no centro histórico da capital pernambucana, e nos aspectos sociais do lugar.

“O espetáculo nasceu dessa inquietação. Assim como em Belém, no Recife o brega também conquistou espaço e é consumido em todas as classes sociais. Ainda existem resistência e preconceito de uma parcela da sociedade local, mas a maioria adora. Então, fui provocada a falar sobre isso, porque é um fenômeno, um sucesso. Hoje, existem muitas bandas vivendo e sobrevivendo dessa cultura”, diz a diretora.

ALÉM DO FREVO

“Breguetu” teve início com a pesquisa “A Dança no Corpo Desse Lugar”, quando a equipe mapeou, estudou e realizou laboratórios sobre as diversas manifestações coreográficas observadas na cidade, além do frevo, as danças do período do Carnaval, de São João, do Natal, além das danças de terreiros. A pesquisa teve o objetivo de analisar de que forma essas danças refletem no trabalho do próprio grupo. E, para o espetáculo, a equipe assistiu a vídeos, conversou com comunidades, fez laboratórios com coreógrafos de bandas de brega... A itinerância está sendo realizada por meio do Prêmio Klauss Vianna, da Funarte, e do Funcultura.

Espetáculo mostra preconceito contra o ritmo

Dividido em dois momentos, “Breguetu” apresenta seis bailarinos e um ator em cena – que entra para dividir a primeira da segunda parte. Inicialmente, são abordados temas que fazem a plateia refletir sobre os aspectos positivos e negativos que circundam o ritmo. “É o lugar crítico da observação, dos excessos, da ostentação, do poder e que fala diretamente do ser humano mesmo. No segundo momento, mergulhamos no brega, assumindo essa música e dança como um momento feliz”, antecipa Mônica Lira.

Provocação

Ela explica, ainda, que não se trata de uma montagem para falar sobre preconceito, mas que a arte tem por missão provocar. “A gente atravessa vários temas durante o espetáculo e o preconceito é tocado de alguma forma, é intrínseco. Vai depender muito da interpretação, de como vai chegar para o espectador. Não tem uma cena que trata do preconceito, mas os vários tipos de preconceitos dentro da sociedade aparecem nas obras artísticas, que te provocam”, diz a diretora, entendendo que é obrigação do grupo levar à reflexão.

“A arte é esse lugar da reflexão, da provocação, olhar para o mundo diferenciado, e não colocamos o brega nesse lugar menor, mas faz com que as pessoas olhem o brega de outra maneira e acabem dançando com a gente, em uma grande festa”, convida.

Assista ao teaser de "Breguetu":

(Dominik Giusti/Diário do Pará)

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