Memória do Pará em ruínas

Destruído. É este o estado do memorial em homenagem ao ex-governador do Pará, Magalhães Barata, localizado no bairro de São Brás, em Belém. O museu, que foi abandonado e fechado ao público, hoje não tem vidraças nas janelas nem porta. Dentro, o cenário parece de guerra. O odor é fétido, oriundo de dejetos humanos. O monumento, que por anos guardou os restos mortais do político paraense, hoje serve de moradia para pessoas em situação de risco. O Memorial Magalhães Barata, também conhecido como Chapéu do Barata, foi inaugurado em 1989, em comemoração ao centenário do nascimento do ex-governador e, por um período, foi um museu aberto à visitação. Tempos depois, ficou fechado.

DESCASO

Com o abandono gradativo e sem segurança no local, o prédio hoje está deteriorado. O DIÁRIO flagrou um homem retirando parte de uma estrutura da frente do espaço, sem nenhum tipo de intervenção. Dentro do memorial, tudo parece destruído. “Sai daí! Não fotografa nada”, gritou uma mulher, tentando intimidar a reportagem com uma faca nas mãos.

A obra foi projetada por três arquitetos, entre eles Raul Ventura Neto, que criticou o descaso. “Lamento muito pela falta de conservação do memorial. É um espaço público que a cidade perde”, disse. Procurada, a Secretaria de Urbanismo de Belém (Seurb) não se manifestou sobre o assunto.

Confira algumas imagens:

A placa com frase do ex-governador fala, ironicamente, em ‘enfrentar os problemas’ (Foto: Ney Marcondes)

Pichações na área interna revelam a insegurança do prédio (Foto: Ney Marcondes)

O resultado de tanto descaso se revela num cenário desolador para a memória paraense (Foto: Ney Marcondes)

(Emily Beckman/Diário do Pará)