Informação prevenir o avanço da Aids

E.W.E.. é belenense, tem 23 anos e soube que era soropositivo há 1 ano e 3 meses. Ele conta que, nos 5 primeiros minutos em que descobriu o diagnóstico, ficou paralisado. Nos 5 minutos seguintes, porém, conseguiu respirar com menos tensão. “Fiz muitas perguntas à enfermeira depois de receber o resultado do teste e, logo em seguida, tive acompanhamento psicológico e fui me acalmando aos poucos”, relata o jovem, que suspeita ter contraído o vírus através de uma relação homossexual sem o uso de preservativo.

Quem vive com o HIV não tem automaticamente a Aids, que é a consequência da falta de tratamento adequado e da alta carga viral que compromete a imunidade do paciente. No entanto, a maior parte das pessoas contaminadas, sem tratamento apropriado, desenvolve, dentro de diversos prazos, a Aids.

Para que a informação seja mais efetiva entre as pessoas da faixa etária de 15 a 24 anos, a de maior incidência do HIV/Aids, em Belém, são os próprios jovens que são capacitados a atuar na conscientização para a prevenção da doença e diagnóstico da mesma. “Queremos que o próprio jovem alerte seu amigo para a necessidade da prevenção, principalmente com relação ao uso do preservativo. Para isso, 34 jovens receberam uma formação de 134 horas através de oficinas sobre drogas, gravidez na adolescência e outros temas”, detalha Thaissa Scerne, coordenadora do Projeto ‘Viva melhor sabendo jovem’.

AIDS NO PARÁ

- Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), em Belém foram diagnosticados 265 casos em 2015, 39% a mais do que em 2014. No Pará, 1.418 registros em 2015, 1,8% a mais que no anterior.

- Dentre os 100 municípios com maior taxa de incidência em HIV, o Estado configura com 11 cidades nesta lista: Bragança (6º), Belém (10º), Tucuruí (21º), Altamira (22º), Castanhal (26º), Marituba (33º), Santarém (46º), Marabá (58º), Ananindeua (60º), Barcarena (73º) e Parauapebas (82º).

- De acordo com o último boletim epidemiológico da Sespa, de janeiro a junho deste ano, foram registradas 66 mortes em todo o Pará entre jovens na faixa etária de 18 a 29 anos. De 15 a 29 anos, a situação se agrava, segundo levantamento nacional do Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (Sinan).

(Wal Sarges/Diário do Pará)