O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, informou que as licenças prévias para a obra de construção da Ferrovia que vai ligar o município de Sinop, no Mato Grosso, ao porto de Miritituba, no Pará, já estão sendo providenciadas. A ferrovia, cujo investimento deve ultrapassar os R$ 10 bilhões, vai ser a principal rota de acesso para exportação da produção de grãos no Brasil.
Com a sua construção, Miritituba e região entram na principal rota de desenvolvimento nacional, com a previsão de instalação de empresas de exportação e criação de novas frentes de trabalho.
As obras de linha férrea devem começar ainda em 2019, com prazo de execução de 5 anos, segundo anunciou o ministro Blairo Maggi. A Ferrogrão, como vem sendo chamada a ferrovia, será colocada em licitação em breve pelo Governo Federal. Sua construção é pretendida pelas principais tradings do agronegócio brasileiro (ADM, Amaggi, Bunge, Cargill, Louis Dreyfus), consorciadas com a Estação da Luz Participações Ltda. (EDLP). Juntas, as cinco tradings respondem por aproximadamente 70% das exportações de soja.
Editoria de arte: Ítalo Gadelha/Diário do Pará
FERROVIA
A ferrovia terá uma extensão total de 1.140 quilômetros e será um dos mais importantes investimentos em infraestrutura no Estado do Pará, com recursos privados bancados pelas empresas ligadas ao agronegócio. O trecho representa a economia de cerca de mil quilômetros de percurso ao longo da BR-163, reduzindo o preço do frete por tonelada. Devem ser escoadas 30 milhões de toneladas de soja e milho por ano, podendo chegar a 50 milhões de toneladas em 2020 pela ferrovia. A redução no valor do frete pode chegar entre 30 a 40%.
Por causa de sua posição estratégica, o porto de Miritituba já abriga empresas gigantes da área de importação e exportação de produtos, como as americanas Bunge e Cargill, que construíram terminais de carga no distrito. Empresas especializadas em operações logísticas em importações e exportações de produtos também já adquiriram terrenos para instalação de suas instalações.
A expectativa é que, ainda neste segundo semestre de 2016, a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), ligada à Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), solicite ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) análise quanto à viabilidade ambiental da ferrovia.
EM NÚMEROS
2019
As obras de linha férrea devem começar ainda em 2019, com prazo de execução de 5 anos.
30 mi
Devem ser escoadas 30 milhões de toneladas de soja e milho por ano, pela ferrovia, podendo chegar a 50 milhões de toneladas em 2020.
Portos paraenses são estratégicos, afirma Helder
Um dos entusiastas da ideia, o atual ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, destaca a importância do projeto: “É, sem dúvida, um grande avanço. Estamos assegurando um sistema modal de transportes, ou por meio ferroviário ou rodoviário, para escoamento da produção do País pelo Arco Norte”, comemorou.
Helder esteve à frente da Secretaria Especial de Portos até maio deste ano. Ele informou que já foram feitas negociações entre os ministérios dos Transportes e do Planejamento para a inclusão do trecho Miritituba-Santarém nos leilões de concessão para a BR-163. De acordo com Helder Barbalho, os portos de Miritituba e Vila do Conde são estratégicos, pois representam alternativas para a saída de grãos da região central do Brasil.
TRAÇADO
O traçado da futura ferrovia parte de Sinop, no médio-norte do Mato Grosso, margeando a BR-163 (Cuiabá/Santarém) até chegar ao distrito fluvial de Miritituba. Helder informou que, a partir desse distrito de Itaituba, a carga deve ser transportada por barcaças até os portos de Santarém, no Pará, e Santana, no Amapá.
(Luiza Mello/ Brasília)
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