Um curso específico ofertado pela Polícia Militar (PM) para coibir movimentos sociais em manifestações vem causando polêmica nas redes sociais nos últimos dias.
A atividade, chamada de "I Curso de Intervenções estratégicas em movimentos sociais", provocou incômodo em muitas pessoas por apontar um possível excesso de preocupação com protestos, em detrimento de outros problemas maiores e mais constantes no estado, como tráfico de drogas, assaltos a ônibus e outros tipos de crimes.
Na postagem que circula pela internet é possível ver o objetivo do curso e também outros detalhes sobre as inscrições. Há 90 vagas ofertadas e as inscrições estão previstas para começar no dia 1º de setembro. Veja:
Imagem: Reprodução/ Facebook
Segundo a autora do post, o curso seria "Mais uma ação política no caminho da consolidação do estado de exceção no país. No Pará, a terra, a droga, a madeira da floresta, tudo isso é motivo para uma violenta criminalidade. E a Polícia Militar organiza curso para intervir 'estrategicamente' contra movimentos sociais? Credo! Precisamos denunciar isso", enfatizou.
Por outro lado, a ação pode ser considerada uma forma de aperfeiçoar os militares para agirem de modo menos agressivo e mais estratégico durante manifestações e, assim, evitar casos de agressões ou mesmo outros atos de violência.
RESPOSTA DA PM
Em nota, a Polícia Militar (PM) informou que neste primeiro semestre somente o Comando de Missoes Especiais (CME) realizou os cursos de Motopatrulhamento Tático, de Polícia Montada, Curso de ROTAM, Curso de Policiamento com Cães e Curso de Operações Químicas.
Já sobre o Curso de Intervenção em Movimento Sociais, também a ser realizado no CME, a PM informou que a atividade "segue as diretrizes da corporação em capacitar e especializar o policial militar, com escopo de qualificá-lo às novas exigências da sociedade, dentro do contexto do Estado Democrático de Direito, de modo a primar pela defesa dos Direitos Humanos e Uso Seletivo da Força, além de respeito à diversidade e pluralidade nos mais variados aspectos, estabelecendo normas e padrões a serem obedecidos por todos os envolvidos no desenvolvimento do Curso de IEMS, a ser realizado pelo Batalhão de Policia de Choque", sediado em Belém.
O curso visa então, segundo a nota, "atender as necessidades da corporação em relação às ocorrências envolvendo os diversos tipo de movimentos sociais verificados na atualidade, de modo a implementar ações estratégicas pautadas no ordenamento jurídico vigente, nos aspectos sociais, financeiros, políticos, ambientais, culturais e históricos", que resultariam então em novos modelos de atuações operacionais muito mais humanizadas, de modo que as ações policiais sejam consideradas cada vez menos traumáticas do ponto de vista social, aumentando a eficiência e diminuindo as ações empíricas, ou impensadas, baseadas em velhos costumes.
Por fim, a nota do militares informa ainda que "o corpo docente do curso será composto por Oficiais e Praças da PMPA, Coirmãs convidadas, e outras instituições de ensino, com qualificação específica, vindo assim a consolidar as diversas etapas do processo de ensino-aprendizagem".
(DOL)
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