Governo de Minas sabia de obra que rompeu

O Governo de Minas Gerais vistoriou e recebeu informações sobre as obras apontadas como responsáveis pela ruptura da barragem da Samarco em Mariana (MG), embora diga em inquérito não ter recebido qualquer dado sobre as alterações no local. As informações foram publicadas pela Folha de S. Paulo nesta terça-feira (26).

De acordo com a publicação, documentos mostram que a Secretaria de Meio Ambiente fiscalizou as intervenções no reservatório onde ocorreu a tragédia, pelo menos uma vez por ano, no período de 2013 a 2015. "Além disso, a pasta recebeu, em 2014 e 2015, dados e fotos das mudanças na barragem de Fundão, que se rompeu em novembro passado, deixando 19 mortos", diz trecho da reportagem.

"No fim de 2012, a Samarco modificou a geometria da barragem sem ter um projeto para isso. O então gerente de operações da empresa, Wagner Milagres, disse à Promotoria de Minas que a mineradora não entendia que a obra 'configurava um projeto'", diz outro trecho da publicação.

A Samarco construiu, no topo de Fundão, um recuo em formato de "S", para abrir um canteiro de obras. A intervenção foi necessária porque a estrutura teve problemas de drenagem e em uma galeria. Testemunhas dizem que a ruptura ocorreu naquele ponto. A investigação policial apontou a obra como pivô da tragédia.

(DOL)