Na casa do vendedor ambulante Francisco Silva, 62, tem de ter açaí todos os dias. Ele trabalha próximo ao Complexo do Ver-o-Peso e também não dispensa degustar o fruto acompanhado de um peixe frito, comercializado na feira. Para manter esses hábitos, ele garante que gasta em torno de R$ 600 por mês e não se arrepende. “Pesa no bolso, mas não dá para ficar sem o açaí. É costume”, afirma.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), no primeiro semestre deste ano, o preço do açaí do tipo médio teve uma alta acumulada de quase 38%, sendo superior à inflação do período calculada em pouco mais de 5%. Apesar de registrar aumentos consecutivos desde janeiro, no mês passado foi verificado um recuo no valor do produto.
TRAJETÓRIA DE PREÇOS
Em dezembro de 2015, o litro do açaí médio custava R$ 17. Em janeiro deste ano, passou para R$ 18. Já em maio, chegou a R$ 24 e, no mês passado, apresentou estabilidade, chegando a ser encontrado até a R$0,05 mais barato. Os dados são do balanço efetuado pelo Dieese, nos últimos 6 meses, com pesquisas semanais em feiras, supermercados da Grande Belém e outros pontos da capital.
Esta queda de preço já está sendo verificada nos pontos de venda situados na feira do Ver-o-Peso. E para Alberto Santos, 20, que atua em uma barraca da família dele, a tendência é o valor reduzir ainda mais a partir de agosto. Segundo ele, a procura também deve melhorar após o término do período de férias escolares. “Em janeiro chegou a R$ 20, agora está R$ 15 (litro do açaí médio). Em agosto vai baixar mais, por causa da safra”, explica.
Se baixar, melhor para os fãs do fruto como a mineira Sara Ezequiel Paula, 17, que provou o açaí genuíno pela primeira vez, no Ver-o-Peso. “É uma delícia”, resumiu.
AÇAÍ X INFLAÇÃO
38%é a alta acumulada no preço do açaí tipo médio, vendido na Grande Belém, nos 6 primeiros meses de 2016, segundo o Dieese-PA.
5%é a estimativa da inflação calculada no primeiro semestre deste ano, de acordo com o mesmo levantamento.
R$24é o preço médio do açaí (tipo médio) encontrado na Grande Belém, em junho deste ano. Apesar de seguir reajustes acima da inflação, nos últimos 6 meses, o valor apresenta estabilidade em relação ao mês de maio e tende a baixar mais em agosto.
(Pryscila Soares/Diário do Pará)
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar