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Deputados exigem explicações de Jatene

Continua repercutindo a matéria publicada no último domingo (10) pelo DIÁRIO, denunciando que 2 postos de combustíveis que pertencem a Alberto Jatene - o Beto -, filho do governador Simão Jatene, abasteciam viaturas oficiais do Estado. Na última quarta-fe

Continua repercutindo a matéria publicada no último domingo (10) pelo DIÁRIO, denunciando que 2 postos de combustíveis que pertencem a Alberto Jatene - o Beto -, filho do governador Simão Jatene, abasteciam viaturas oficiais do Estado. Na última quarta-feira (20), o assunto ganhou repercussão nacional, com a divulgação do caso pelo jornal Folha de São Paulo (veja à dir.).

Agora, são os deputados estaduais que criticam o “negócio de família” do governador. Representante do PCdoB, Lélio Costa vê a situação como o que “há de pior na política” e um dos motivos que levam a sociedade a não se ver representada pelos governantes. “Não é preciso ler manual de ética para saber que a estrutura familiar de um gestor público precisa se manter o mais distante possível do Estado”, diz Lélio. Ele promete pedir informações sobre a forma como é adquirido o combustível que abastece os carros oficiais.

O deputado estadual Tércio Nogueira, do PROS, é incisivo ao criticar o atual Governo pelo fato. Ele chama os parlamentares que apoiam Jatene de “coniventes”, por frear a maioria das investigações abertas contra o governador. Tércio classifica o caso Beto Jatene como “pouca vergonha”. “Isso demonstra a grande fragilidade dessa administração, desse governo de mentiras sustentadas por uma base parlamentar que se vende a qualquer preço”, disse.

PECULATO

Líder do PMDB na Assembleia Legislativa, Iran Lima vai além. Ele afirma que a prática configura crime de peculato, ou seja, quando a máquina pública ou alguma prestação de serviços é utilizada de forma a beneficiar o governante. Se enquadrado e punido, Jatene pode ficar inelegível, ter de devolver recursos ao Estado e até mesmo ser preso. “Se o dinheiro do esquema chega à casa do filho do governador, então chega à casa do governador”, analisa o deputado, que vê uma estrutura triangular nesse cenário, envolvendo, além do próprio Jatene e seu filho, a distribuidora de combustíveis licitada para atuar no Estado, a Equatorial.

Nas reportagens publicadas pelo DIÁRIO e pela Folha de SP, ficava provado que os postos Verdão e Girassol - ambos de Beto Jatene - forneceram combustível para as frotas da Polícia Militar (PM) e do Corpo de Bombeiros do Estado. Entre janeiro de 2012 e outubro de 2014, o negócio rendeu mais de R$ 5 milhões ao filho do governador. O Ministério Público passou a investigar o caso em 2014, na eleição para o Governo, quando surgiram denúncias de que Jatene - então candidato à reeleição - beneficiava o filho.

O QUE DIZ O MINISTÉRIO PÚBLICO

“O Exmo. Sr. Simão Jatene, Governador do Estado do Pará, praticou ato ímprobo, ferindo os princípios da Administração Pública, ao favorecer seu descendente em procedimento licitatório.”

“A Exma. Sra. Alice Viana, Secretária de Estado de Administração, praticou ato ímprobo ao não estabelecer nenhuma restrição no tocante ao cadastramento de parentes de agentes públicos junto a Empresa Equador, permitindo, assim, que o Sr. Alberto Jatene se cadastrasse perante a referida empresa e passasse a fornecer combustível para o Estado do Pará.”

“O Sr. Alberto Jatene, filho do Governador do Estado do Pará, logo, está sendo beneficiário do ato ímprobo, através da Empresa Distribuidora Equador de Produtos de Petróleo Ltda, pessoa jurídica que concorreu para o ato de improbidade, auxiliando os agentes públicos.”

(Carolina Menezes/Diário do Pará)

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