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Paraenses fazem sucesso na internet

Celular na mão, ideias na cabeça e roteiros improvisados de humor. É assim que começa a vida de um Youtuber, ou seja, aquele que despretensiosamente faz vídeos para postar na rede social, e acaba tendo o conteúdo visualizado e compartilhado diversas vezes

Celular na mão, ideias na cabeça e roteiros improvisados de humor. É assim que começa a vida de um Youtuber, ou seja, aquele que despretensiosamente faz vídeos para postar na rede social, e acaba tendo o conteúdo visualizado e compartilhado diversas vezes. No Pará, três canais se destacam: “Com Farinha”, “The Rocha” e “Boca de Tracajá”, que abordam temáticas regionais para garantir que o público se mantenha ligado nas narrativas feitas para a web.

Pode ser uma paródia, uma piada, uma micro-série, uma reportagem. A linguagem é diversificada. A interação com o público também é fundamental, já que os comentários sempre trazem pedidos de assuntos a serem abordados.

Os estudantes universitários Jefferson Oliveira, Edgar Dee, Isis Vieira, Ana Paula e Kevin Albuquerque, do “Com Farinha”, se dividem nas funções para a realização dos vídeos do canal – que são divididos nos quadros “A Banca”, com formatos jornalísticos; “Trailer com ‘Farinha’”, com imitação de trailers famosos com linguagem paraense; e “Esquetes”, para pequenas peças com menos de 10 minutos. O canal surgiu em 2013 para a realização de trabalhos da universidade, mas com o passar do tempo o interesse pela produção audiovisual foi aumentando e eles acabaram formalizando ainda mais o espaço, que ultrapassou as fronteiras da sala de aula.

As ideias surgem geralmente de algo do próprio cotidiano dos integrantes, das conversas, ou de alguma brincadeira. Os roteiros são escritos por Jefferson Oliveira, por ter mais afinidade com literatura. A parte da gravação é feita de forma colaborativa, já que o grupo não tem patrocinador. “Vai tudo na amizade. Se precisamos de um taco de basebol, peruca, por exemplo, pedimos nas redes sociais e o próprio público nos empresta acessórios e até locação. As pessoas querem colaborar, isso é importante para a gente, pois nos aproxima de quem assiste os vídeos”, revela Kevin.

Sucesso imprevisto

É do grupo “Com Farinha” a autoria do vídeo “A Encantada do Brega”, que fala sobre a história de uma adolescente que tem como sonho conhecer uma festa de aparelhagem. O vídeo, feito para uma disciplina do curso de Comunicação e exibido no festival da própria universidade, ganhou 6 prêmios das 8 categorias, além de premiação em festivais no Recife e no Rio Grande do Sul. E só a internet não foi suficiente: o enredo virou também peça de teatro.

Protagonizada por Samara Castro – que hoje mantém seu próprio canal, o “Boca de Tracajá”, os integrantes do “Com Farinha”, não imaginavam o sucesso, tanto que decidiram parar com as montagens teatrais e dar um tempo no projeto. No início do ano, eles promoveram o concurso “Farinha Vídeo Awards”, voltado somente para youtubers paraenses, que contou com uma votação online.

Kevin Albuquerque revela que eles têm apoio dos professores para continuar produzindo, e que a recepção do público também fez com que eles não parassem de produzir. “Quando pensamos no canal, a gente já tinha uma ideia de fazer algo voltado para o regional, com humor. Tivemos um feedback quase imediato, com muitos compartilhamentos. Percebemos que as pessoas se identificavam. Então, vimos que precisávamos produzir conteúdo para as pessoas se verem. Percebemos que tínhamos acertado e que poderíamos continuar nessa linha”, diz.

Até preço do feijão vira tema

Inspirado na gíria “di rocha”, muito falada em Belém e que significa que algo é legal, o estudante João Pedro, de 21 anos, também resolveu apostar na criação do canal “The Rocha”, em 2014, para postar seus vídeos. Para ele, que não é do curso de Comunicação, as descobertas foram ocorrendo aos poucos. O primeiro vídeo foi feito com o próprio celular e postado no Facebook. Para a sua surpresa, em menos de um dia, já havia mais de 100 compartilhamentos – o que o motivou a continuar fazendo ainda mais vídeos.

Ele começou falando sobre comportamento adolescente, passou a explorar temas regionais, mas agora não se limita a uma temática específica nem só à linguagem e cenários de Belém para produzir. Seu mais recente vídeo, por exemplo, é uma sátira ao preço do feijão, que está custando mais de R$ 10 nos supermercados. Ele usou a música “Romântico Anônimo”, da dupla sertaneja Marcos e Belutti, para compor o roteiro amador, na sua própria casa. “Postei recentemente e já tem mais de 19 mil visualizações no Facebook e 14 mil no Youtube”, comemora João Pedro, que tem estreita relação com seus seguidores e costuma aproveitar a própria dica deixada nos comentários como inspiração para as produções futuras.

“O público também dá ideia e costumo responder algumas perguntas. Agora não estou falando sobre assuntos regionais, pois das últimas vezes deu muita polêmica. Já me ameaçaram quando falei sobre torcida organizada. Minha mãe me pediu chorando para eu tirar o vídeo. Então, eu aproveito um tema atual, como o caso do feijão, festa junina, Dia dos Namorados. Geralmente produzo tudo sozinho, ou com ajuda de alguns amigos, e edito de madrugada, que é quando tenho um tempo livre”, comenta João Pedro.

(Dominik Giusti)

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