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POLÍCIA

Irmão diz que paraense morto no Rio sofria ameaças

Diego Vieira Machado completaria seus 30 anos no dia 7 do próximo mês. De origem humilde, o jovem nascido no município do Acará, nordeste paraense, foi criado no bairro da Terra Firme, em Belém, e tinha o sonho de morar e estudar no Rio de Janeiro. Ele co

Diego Vieira Machado completaria seus 30 anos no dia 7 do próximo mês. De origem humilde, o jovem nascido no município do Acará, nordeste paraense, foi criado no bairro da Terra Firme, em Belém, e tinha o sonho de morar e estudar no Rio de Janeiro. Ele conseguiu. Mudou-se para lá em 2011, após ser aprovado no curso de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mas, no último sábado (2), Diego teve todos os seus projetos de vida interrompidos.

O universitário foi encontrado às margens da Baía da Guanabara, na Ilha do Fundão, zona norte do Rio, onde está situado o campus da UFRJ. Em entrevista ao DIÁRIO, o titular da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, o delegado Fábio Cardoso, informou que populares encontraram o corpo e, em seguida, acionaram o Corpo de Bombeiros, que chegou ao local por volta das 17h. No início da noite, às 19h, o Grupo Especial de Local de Crime, da Delegacia de Homicídios, foi acionado para iniciar as investigações na área.

Em 2014, Diego trocou o curso de Letras por Arquitetura, área que ele estava decidido a seguir como profissão. Ele morava com outros universitários em um alojamento dentro do campus. De acordo com informações repassadas pelo delegado que atua no caso, a vítima foi vista pela última vez por volta das 10h de sábado (2), quando deixou o alojamento para ir caminhar. A atividade matinal era recomendação médica e fazia parte da rotina de Diego, que era diabético.

ORGULHO E AMEAÇA

Lembrado pelos familiares como um jovem amoroso, Diego era o mais velho de 4 irmãos. Um deles, o auxiliar de manutenção predial Maycon Vieira Machado, 28, disse que Diego não pretendia voltar a morar na capital paraense, já que seu plano era se estabilizar no Rio. “Ele sempre quis ser independente e tinha o sonho de fazer a vida dele lá”, comenta. A orientação sexual de Diego - ele era homossexual - nunca foi segredo nem para sua família nem para os amigos. Contudo, Maycon disse que, diante das postagens que o irmão fazia no Facebook, a família começou a perceber que o jovem sofria ameaças. “Postaram um e-mail, dentro do próprio campus, falando que ali não era lugar de ‘cotistas, nortistas, negros e homossexuais’. E o Diego se encaixava nesse perfil”, declarou Maycon.

Ele lembrou, ainda, que em uma de suas postagens no Facebook o seu irmão denunciou ter presenciado uma cena de agressão dentro das dependências da universidade e criticou uma falha na segurança no campus. A denúncia teria resultado na prisão de um dos envolvidos no caso. “Disseram que ele foi encontrado com marcas de agressão e despido da cintura para baixo”, disse Maycon. A mãe de Diego, Maria de Nazaré Machado, 50, só ficou sabendo da morte no dia seguinte. “Quando soube, fiquei desesperada”, contou, com os olhos marejados. Ela explicou que aguardava o filho nas férias, mas Diego havia desistido da viagem por falta de dinheiro.

POLÍCIA PEDE IMAGENS DAS CÂMERAS DA UFRJ

A Delegacia de Homicídios já solicitou à Prefeitura da UFRJ as imagens das câmeras de segurança para ajudar a na investigação da autoria do crime. Além disso, amigos e alunos da universidade estão sendo ouvidos pela polícia.

O delegado Fábio Cardoso disse que, na noite de sábado, houve uma perícia ampla no local onde o corpo de Diego Vieira Machado foi encontrado. “Os peritos verificaram que Diego tinha lesões na cabeça, indicando que ele havia sido agredido”, acrescenta.

Segundo o delegado, o corpo já passou por necropsia e, a pedido da Polícia Civil, agora estão sendo feitos exames complementares de forma técnica e precisa para saber se a vítima sofreu algum tipo de abuso antes, durante ou após sua morte. E com isso também poderá ser definida a causa da morte. Fábio Cardoso disse ainda que a polícia não está divulgando todas as linhas investigação para não prejudicar o trabalho. Contudo, ele afirma que o mais provável é que o crime tenha relação com racismo e homofobia, pois alunos vinham recebendo ameaças racistas e homofóbicas dentro do campus da UFRJ.

A polícia investiga se há relação das ameaças com a morte. “O próximo passo é apurar detalhadamente a dinâmica do fato que vitimou Diego e que deverá identificar a pessoa ou pessoas envolvidas”, completa. A família do universitário paraense informa que não teve acesso a informações sobre o andamento da investigação e que a maior preocupação, agora, é o enterro do jovem.

TRASLADODO CORPO

O corpo de Diego, que ainda se encontra no Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro, deve chegar a Belém nesta quarta-feira (6). “Queremos velar e dar um enterro digno para ele. Depois disso vamos tomar nossas providências para que a justiça seja feita”, frisa Maycon Machado.

(Pryscila Soares/Diário do Pará)

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