Vereador quer solução sobre fechamento de abrigo

As vésperas da votação da pauta sobre o projeto de criação de um Hospital Público Veterinário para cães e gatos, na Câmara Municipal de Belém, uma discussão envolvendo animais repercute nas redes sociais.

Nesta quarta-feira (29), o Abrigo Au Family para animais abandonados, em situação de risco, maus tratos e outras condições extremas anunciou que vai fechar suas portas.

Veja galeria de fotos do abrigo.

Em entrevista ao DOL, o vereador Igor Normando (PHS) detalhou que acompanha o trabalho do abrigo há bastante tempo e deve reunir com representantes do abrigo para buscar soluções para o problema.

"Eles começaram com cães resgatados do Marajó. A Raquel Viana, uma das líderes do abrigo, pagava do próprio dinheiro o custeio para manter aquele espaço, além de doações que recebiam. O local se tornou referência em pouco tempo. Em Belém é um dos mais organizados e sem receber recursos da prefeitura ou do Estado. É preciso uma força tarefa para manter aquele abrigo", alertou o vereador.

Após o anúncio de que o abrigo será fechado, Normando afirma que está preocupado com o destino desses animais.

"Esse é um questionamento que precisamos de resposta. Para onde esses animais vão? O Centro de Controle de Zoonoses não tem um terço da quantidade de animais que tem no Abrigo Au Family e sua estrutura é muito menor. É desumano exigir uma estrutura 100%, sem receber nada de recurso", detalha.

O vereador diz ainda que a partir de agora "travamos uma grande batalha para resolver essa situação".

"Eles (prefeitura e Estado) dizem que o espaço é inadequado, pois está na área urbana, mas procuramos a prefeitura para então doar um terreno que fosse de acordo e até hoje não recebemos respostas", critica o vereador. "Eles (os vizinhos) reclamam que os dejetos dos animais são recolhidos e colocados na calçada, mas é uma obrigação da prefeitura recolher o lixo domiciliar", completa Normando.

O vereador afirma que a resposta sobre o problema poderia ser dada, caso o poder público se envolvesse com o intuito de ajudar.

"É uma injustiça com todos. É um grande absurdo com quem se esforça para manter aquele espaço. O caso tem duas esferas, a área judicial e a conscientização. Nós vamos sensibilizar a sociedade para que todos tenham consciência do que está acontecendo. Eu como parlamentar não poderia deixa que estar nessa luta e eles merecem nosso apoio", finaliza.

ADOÇÃO

Raquel Viana, proprietária do abrigo, afirma que após a decisão de fechar o Au family os animais serão colocados para adoção.

"Mas e se eu não conseguir que todos sejam adotados? Vou entregar para a prefeitura, sabendo que o Centro de Zoonoses não tem condições nem espaço para recebê-los? Vamos soltar eles na rua?", questiona.

Ela detalha ainda que a despesa para manter o espaço é alta. O local é higienizado duas vezes por dia e possui oito funcionários para fazer a limpeza, além de um veterinário.

"Precisamos em média de R$ 20 mil por mês e não recebemos apoio da prefeitura. Fazemos bazar, vendemos comida, recebemos doações para poder manter o espaço. Que o espaço não está conforme desejam, sei que não está, mas como manter de forma adequada se não recebemos apoio dos órgãos públicos? Como vou fazer as reformas físicas nas estruturas? Dos animais que estão aqui, a maioria foram abandonados na nossa porta pelos próprios moradores que estão reclamando. Eles acham que somos um canil público, quando essa responsabilidade é da prefeitura", desabafa.

A proprietária do abrigo afirma ainda que havia solicitado apoio da prefeitura. "Eles falaram que mandariam o castramóvel, mas nunca apareceu. Na verdade, não aparecem nem para fazer um trabalho de conscientização com os moradores."

(DOL)