Temporal deixa Paes de Carvalho alagado

E mais uma vez a chuva castigou os alunos da Escola Estadual Paes de Carvalho, no bairro da Campina, centro de Belém. Em redes sociais, alunos e professores compartilhavam durante a manhã da última segunda (27), em foto e vídeo, cenas dos próprios estudantes descalços, munidos de rodos e vassouras. Em vez de estudar, eles aparecem ajudando a drenar a água proveniente da superchuva que caiu na tarde de domingo e que invadiu salas de aula e áreas de convivência.

Não é a primeira vez que “caem” na grande rede, como um pedido de socorro, cenas que mostram a dificuldade de quem estuda e trabalha em uma das escolas mais famosas da capital paraense. Em maio desse ano, um estudante de 16 anos foi fotografado trocando o disjuntor que liga e desliga as luzes da fachada do prédio. De uniforme e sem equipamentos de segurança. Questionado pela reportagem sobre o ato, ele contou ter conhecimentos de elétrica herdados do pai, que trabalha com isso, e que, como muitos, havia se cansado de esperar pela iniciativa da administração do colégio. No início do mês, um grupo de alunos chegou a ir até a Assembleia Legislativa para protestar por melhores condições de infraestrutura. Os deputados Iran Lima (PMDB) e Lélio Costa (PCdoB) visitaram a escola no dia 7 e ficaram alarmados com a situação que encontraram.

“Está pior do que estava no ano passado, porque nossos requerimentos enviados à [Secretaria de Estado de Educação] Seduc pedindo por melhorias, não foram atendidos. Antes, a merenda era água com bolacha. Agora, nem água dá para beber, porque a que tem lá é quente e cheira mal”, relatou Iran, na época.

RESPOSTA

A Seduc, em nota, informou que, na própria foto aparecem funcionários de empresa terceirizada para realizar a limpeza no prédio e, portanto, não havia a necessidade dos alunos fazerem essa tarefa. Quanto ao “aluno eletricista”, a Seduc afirmou que o prédio recebe reparos emergenciais e manutenções preventivas. Informou, ainda, que a escola passará por uma reforma geral a ser executada com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), sem, no entanto, estipula qualquer prazo para início das obras.

(Carolina Menezes/Diário do Pará)