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Nascimento de gêmeos em aldeia gera caso delicado

Dois gêmeos recém-nascidos, oriundos da aldeia indígena Arawete, no município de Altamira, sudoeste paraense, enfrentam situação complicada: pela cultura dos índios, o nascimento de gêmeos é "mal presságio", por isso eles não podem retornar para a aldeia

Dois gêmeos recém-nascidos, oriundos da aldeia indígena Arawete, no município de Altamira, sudoeste paraense, enfrentam situação complicada: pela cultura dos índios, o nascimento de gêmeos é "mal presságio", por isso eles não podem retornar para a aldeia de origem. O caso gerou repercussão nesta segunda-feira (30).

As informações iniciais são que as crianças poderiam ter sido sacrificadas, caso tivessem nascido dentro da aldeia, o que não ocorreu porque a mãe dos gêmeos, que vieram à luz na última sexta-feira (27), sofreu processo hemorrágico no momento do parto, o que fez com que fosse levada para o hospital municipal em Altamira.

Por meio de nota, o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena de Altamira (Sindesi/Altamira), Uwira Xakriaba, esclareceu a situação e afirmou que muitas das informações divulgadas sobre o caso está “imbuída de preconceito e de inverdades”.

Uwira declara que não houve rejeição da criança pelos pais, mas que os pajés da tribo determinaram que os gêmeos não poderiam viver na aldeia. O presidente do Sindesi de Altamira também desmente informações que estariam sendo divulgadas de que houve uma tentativa de invasão do hospital do município por indígenas da tribo, para assassinar os recém-nascidos.

“As crianças estão bem, são saudáveis e lindos, têm recebido a visita de seus pais, que buscam, justamente por os amar, um destino melhor para os meninos”, escreveu Uwira Xakriaba na nota.

Veja a nota na íntegra:

“A mensagem que tem sido divulgada sobre os gêmeos está imbuída de preconceito e de inverdades sobre o fato. De fato, um casal do referido povo teve gêmeos, o que em sua cultura e para seu sistema de crenças traz sérias consequências para a continuidade de sua existência, isto está embasado por sua mitologia tupi, onde os gêmeos mitológicos foram responsáveis por uma série de ações envolvendo possibilidades de fim do mundo como o conhecem. Na mitologia, um dos gêmeos foi responsável pelo cataclisma universal que alagou o mundo, não podemos esquecer que no quintal da casa desse povo foi construída a UHE Belo Monte.

Não houve rejeição das crianças pelos pais, eles as amam e estão muito preocupados com elas, o que aconteceu foi a determinação por parte dos pajés, que os gêmeos não podem viver na aldeia, pois isso teria consequências para todo o povo. Não houve invasão do hospital por parte do Povo Arawete e nem salvamento algum porque não há a intenção de matar as crianças a qualquer custo, isso é uma ilação criminosa por parte de quem não conhece nada sobre povos e culturas indígenas e se aproveita de uma situação para divulgar seu próprio preconceito. As crianças estão bem, são saudáveis e lindos, têm recebido a visita de seus pais, que buscam, justamente por os amar, um destino melhor para os meninos.

A FUNAI está acompanhando a situação junto com a equipe do DSEI Altamira e o CONDISI, especialistas estão sendo acionados para juntos buscarmos uma solução para a situação de modo a respeitar a cultura Arawete e sobretudo o direito de viver das crianças. Elas se encontram sob os cuidados da equipe de saúde do DSEI e não correm qualquer perigo além de sua exposição covarde e irresponsável nas redes sociais por pessoas desinformadas ou mal intencionadas.

Solicito a todos que não compartilhem o preconceito e nem as imagens das crianças, senão por consciência, porque isso é crime, o qual pretendemos que seja investigado e punidos os culpados”.

MAIS INFORMAÇÕES

O DOL tenta conta com o Hospital Regional de Altamira e com a Fundação Nacional do Índio para mais esclarecimentos sobre a situação.

(DOL com informações do Blog do Patrocínio e do Portal do Xingu)

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