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Metropolitano recebe 8 vítimas de moto por dia

Pedro Robson Gomes Alves, 45 anos, estava a caminho do trabalho, quando um trágico acidente interrompeu sua vida. Na manhã de ontem, trafegando em alta velocidade em sua motocicleta, ele perdeu o controle do veículo e colidiu com um poste, no canteiro cen

Pedro Robson Gomes Alves, 45 anos, estava a caminho do trabalho, quando um trágico acidente interrompeu sua vida. Na manhã de ontem, trafegando em alta velocidade em sua motocicleta, ele perdeu o controle do veículo e colidiu com um poste, no canteiro central do KM 2 da BR-316. “A batida foi forte tão que o homem não resistiu”, disse Ranieri Sousa, agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O acidente ocorreu em frente ao Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, referência no atendimento de traumatologia no Estado. O hospital é recordista nesse tipo de atendimento. Só no 1º trimestre deste ano, o HMUE recebeu 682 pacientes vítimas de acidentes envolvendo motos, o que dá uma média de 8 pessoas por dia. Em 2015, a instituição registrou 3.315 casos. Neste ano, 627 pessoas já morreram no Pará, envolvidas em colisões com moto.

Os números são do Departamento de Trânsito do Pará (Detran) e mostram uma triste realidade no Estado, que continua fazendo vítimas. Isac Ribeiro de Lima é outra delas. Quem o vê deitado no hospital, fazendo fisioterapia, não imagina o quanto esse rapaz era produtivo há 1 ano.

ACIDENTE

Hoje, Isac é paciente do HMUE. Depois de ser vítima de acidente de motocicleta, aos 20 anos, ele trocou o manuseio da terra pelo controle remoto da TV. “Fraturei o fêmur esquerdo. Passo a maior parte do tempo na cama”, conta. A colisão ocorreu na zona rural de Viseu, no nordeste paraense.

Isac Lima está há um ano e dois meses fazendo fisioterapia. (Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará)

Isac Ribeiro bateu em outra moto, conduzida pelo próprio irmão. Mesmo afirmando que não estava em alta velocidade, em uma curva fechada, eles se encontraram e tiveram mais que prejuízos financeiros. “Fiz cirurgia, mas não estou andando normalmente”, disse o rapaz, que recebe ajuda dos pais para se manter, pois faz duas vezes por semana fisioterapia no Metropolitano.

MOTOCICLETAS NO PARÁ

Por ter um custo baixo para aquisição e manutenção, a moto é o meio de transporte mais usado no Pará. Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) informam que há 530.092 automóveis e 753.693 motocicletas autorizadas a transitar no Estado.

PACIENTE FOI DUAS VEZES VÍTIMA

Companheiro de fisioterapia de Isac, o ex-vigilante Carlos Clarindo já foi vítima 2 vezes de desastre com moto. A primeira foi em 2011. Ele fraturou a bacia, e prolongou seu benefício depois de um acidente de trabalho. “Eu já estava afastado, mas fiquei mal”, lembrou. Depois de uma cirurgia e uma rotina intensa de acompanhamento médico, ele voltou a andar. Contudo, em 2013, sofreu outro acidente. Desta vez, a fratura foi na patela esquerda (rótula do joelho). A perícia informou a ele que os causadores do acidente foram motoristas de carros, nas 2 situações.

“Na primeira batida, o homem estava porre e, na segunda, o motorista avançou, eu caí e me machuquei”, contou. Hoje, Carlos diz que leva uma rotina sem fazer extravagância. Passa a maior parte do dia deitado, pois sente dor e fraqueza nas pernas, porém já avisa: andar de moto, nunca mais.

Carkis Ckarubdi hpa decidiu: andar de moto, nunca mais. (Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará)

Segundo o fisioterapeuta do (HMUE), Eric Melo, geralmente os pacientes com acidentes de motocicletas devem passar pela reabilitação, para restabelecer as forças e restaurar as suas funções.

MUDANÇA DE COMPORTAMENTO PODE MELHORAR CENÁRIO

Traumatologista e coordenador do Pronto Atendimento do HMUE, Guataçara Gabriel, que também é diretor do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), compara os acidentes com motos a uma epidemia pública.

“É necessária uma mudança de comportamento, nas leis e nas vias”, argumentou.O traumatologista diz que a característica de uma pessoa acidentada por moto é de politraumatismo, ou seja, os pacientes são graves e com várias lesões.

Outro desafio no tratamento é a longa permanência no hospital, pois geralmente as vítimas precisam ficar na Unidade Terapia Intensiva (UTI) e na reabilitação. Para o Sistema Único de Saúde (SUS), os gastos com esses tipos de pacientes contabilizam milhões de reais por ano, o que, segundo o traumatologista, poderia ser evitado com ações afetivas.

Apenas no Metropolitano há 30 leitos de UTI, sendo que 40% deste número são ocupados por acidentados com motocicletas. De acordo com Guataçara, o SUS tem o gasto de R$ 60 mil por dia na manutenção destas unidades, o que corresponde a R$ 24 mil por dia apenas com pacientes de colisão de moto. “O índice é muito alto e tem uma proporção maior, pois há passageiro, e muitas vezes não é só um”, apontou o traumatologista.

CAUSAS

Para o diretor técnico e operacional do Departamento de Trânsito do Pará (Detran), Valter Aragão, a preocupação com esse tipo de acidente é grande. Aragão informa que 1/3 das colisões no Estado ocorrem com motos. O diretor considera a imprudência e a falta de atenção as causas mais frequentes dos acidentes. “50% das ocorrências com morte envolve motociclistas. Eles precisam respeitar as leis de trânsito”, advertiu.

(Roberta Paraense/Diário do Pará)

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