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Escola estadual fecha por causa da violência

Desde a última quinta-feira (28), a estudante Dayane do Nascimento, 21 anos, não assiste às aulas do 2º ano do ensino médio na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio do Outeiro. Isso porque a comunidade e o conselho escolar decidiram interditar a i

Desde a última quinta-feira (28), a estudante Dayane do Nascimento, 21 anos, não assiste às aulas do 2º ano do ensino médio na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio do Outeiro. Isso porque a comunidade e o conselho escolar decidiram interditar a instituição devido aos constantes assaltos dentro e fora do colégio. “A gente vem para a escola com medo. A educação já está difícil e piora com a insegurança”, lamenta.

Dayane contou que, somente na semana passada, a escola foi assaltada duas vezes. Segundo ela, na terça-feira (26) à noite, três rapazes encapuzados invadiram a unidade de ensino enquanto os alunos assistiam à aula. “Fizeram um arrastão. As pessoas gritaram, foi horrível”, lembra. A professora de Língua Portuguesa Ilta Oliveira, 51 anos, foi uma das vítimas. No dia 21 de março, ela e mais duas funcionárias foram repentinamente abordadas por um jovem encapuzado que estava armadode uma peixeira.

“Ele queria o celular. Me fez levantar a blusa para provar que eu não tinha”, conta a servidora, que acabou tendo a aliança roubada. Para ela, o autor do crime foi o mesmo que participou do arrastão de terça-feira. “As características eram as mesmas: moreno e alto”, acrescenta.

ALUNOS

A escola funciona das 7h30 às 22h30 e possui quase 2 mil alunos. De acordo com o diretor Edilberto Silva, os roubos não têm hora para acontecer. “Duas alunas já foram assaltadas às 9h da manhã, emfrente à sala de aula”.

Em outro momento, o diretor lembra que os alunos brincavam na quadra quando vários assaltantes pularam o muro e roubaram a todos. Na ocasião, uma aluna foi agredida com um soco no peito por não ter celular para entregar. Edilberto conta ainda que, na madrugada de segunda-feira (25), os bandidos invadiram a escola, levaram alimentos, três botijões de gás e o bebedouro.

O diretor da escola, Edilberto Silva, afirma que nunca viu uma violência neste nível nos últimos 37 anos. (Foto: frame)

ALUNOS EM RISCO

Segundo o diretor da Escola Estadual do Outeiro, Edilberto Silva (foto), em setembro de 2015, um aluno reagiu a um assalto. “Ele [criminoso] chegou a apertar o gatilho, mas, por sorte, a arma falhou”, lembra. “Em 37 anos de magistério, eu nunca vi uma violência desse jeito. É vergonhoso”, desabafa.

SINDICATO EXIGE QUE ESTADO GARANTA SEGURANÇA

Para o diretor da escola, Edilberto Silva, a impunidade fortalece os envolvidos. “Eles roubam alunos, professores e saem na maior tranquilidade. Se sentem seguros aqui porque sabem que não tem como reagirmos”, relata. “Em 37 anos de magistério, eu nunca vi uma violência desse jeito. É vergonhoso para uma escola”, avalia.

Muro que dá acesso a um balneário: um bandido já entrou por lá. (Foto: Carmem Helena)

Edilberto acredita que há alunos envolvidos nesses crimes. “A quadrilha está aqui dentro. Eles se vestem de estudantes para cometer esses atos”, revela o diretor.

A situação foi denunciada para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp). De acordo com Maurilo Estumano, coordenador jurídico da entidade, a sequência de assaltos ocorridos dentro e ao redor da escola, onde alunos e funcionários são as principais vítimas, preocupa a categoria, pois o caso já havia sido denunciado à Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Mas, segundo ele, nenhuma atitude foi tomada. “Todas as escolas sofrem esse risco porque o distrito de Outeiro está abandonado. Exigimos que o Estado cumpra seu papel de oferecer o mínimo de segurança”, declarou.

SEDUC

Em nota, a Seduc informou que o secretário adjunto de ensino, José Roberto Silva, se reuniu com o Comando de Policiamento Escolar da Capital e com uma comissão formada por pais de alunos, professores, membros do Conselho Escolar da Escola Estadual do Outeiro. Foi definido que será montada uma estratégia de reforço da segurança da escola. A Polícia Militar se comprometeu em intensificar o monitoramento no entorno do colégio. Em contrapartida, a direção da escola vai reforçar ações de identificação de alunos e outros no acesso ao prédio da escola e deve melhorar a infraestrutura do prédio, a começar pela construção de um novo muro. Diante das promessas, a previsão é que as aulas sejam retomadas em breve.

(Michelle Daniel/Diário do Pará)

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