Pré-estreia de “Guerra Civil” reuniu heróis

Se há um mês tivessem dito para a pedagoga Thassia Albuquerque, 32, que ela se vestiria como a personagem Viúva Negra e sairia por aí tendo estranhos pedindo para tirar fotos com ela num shopping center, a ideia logo seria descartada como um absurdo. “É tudo culpa do Capitão América”, conta ela. Há um mês namorando Breno da Costa, 31, que posa ao lado dela vestido de Capitão América, Thassia não teve como recusar acompanhar o namorado em suas aventuras junto aos amigos Guilherme Oliveira, 24, e Jhynnody Costa, 23. Eles formavam um dos muitos grupos que se preparavam para a noite de pré-estreia de “Capitão América: Guerra Civil” nos cinemas da rede Cinépolis.

Veja o trailer do filme:

“A fantasia foi um presente dele. Ele escolheu a Viúva Negra por achar que parecia mais comigo fisicamente”, diz ela, sem ter topado o desafio maior, que seria colorir o cabelo e ficar ruiva como a personagem. Mas ela se mostrava feliz com a fantasia. “Cheguei a ir a uma feira geek com ele e achei interessante. Agora, vestida assim, confesso que me sinto muito bem como uma super-heroína”, diz ela, que a cada pedido para posar em fotos parecia ganhar mais confiança.
Diferente da namorada, Breno conta que sempre foi aficionado por super-heróis de quadrinhos e que se sente “vivendo a infância que não podia viver”, já que os pais não tinham dinheiro para coisas assim. Hoje um fisioterapeuta, ele diz que tudo o que pode de seu salário é investido em sua paixão por esse universo geek de cosplays e outros objetos relacionados.

“Essa fantasia, por exemplo, você não encontra inteira para vender, precisa pesquisar e comprar as partes, geralmente pela internet. Fui montando do jeito que eu queria. Custou em torno de R$ 1 mil. Acho que o que move a gente é mesmo a vontade de querer representar quem a gente gosta, investir naquilo que é o nosso prazer”, diz ele.

A recepção da família é de quem entende o lado ainda menino de Breno. Dos amigos, ele diz: “alguns acham que eu sou louco mesmo, mas com o tempo vão entendendo. A verdade é que as pessoas gostam, mas a maioria se sente reprimida”.

Amigo de Breno, o universitário Guilherme Oliveira conta que sempre gostou de fazer cosplay, mas foi a primeira vez que se vestiu de super-herói. Por isso, optou por uma mais fácil de conseguir, a de Homem-Aranha. “É um personagem que costuma agradar às pessoas, tem um carisma com o qual eu me identifico. Mas confesso que fiquei envergonhado quando estava chegando. Entrei no shopping e ficou todo mundo me olhando. Mas as pessoas também gostam e pedem para fazer foto e assim a gente vai perdendo a timidez”, diz ele.

Enquanto nas telas do cinema Capitão América e Homem de Ferro lutavam em lados opostos, a reunião do grupo de “super-amigos” no hall do cinema só foi possível porque na vida real Jhynnody Costa, 23, comentou com o amigo Breno que também fazia cosplay. “A gente participava da mesma equipe de paintball. Um dia ele comentou que era o Capitão América e eu contei que eu era o Homem de Ferro. E assim a gente foi fazendo junto o projeto das fantasias”, conta ele, rindo pela coincidência.

Como eles, eram muitos os jovens que desfilavam pelo hall do cinema com suas camisas personalizadas, acessórios como o reator brilhando no peitoral do Homem de Ferro ou o escudo do Capitão América. Algumas meninas, tinham o cabelo pintado de azul em referência ao Capitão. Outras de ruivo, que remetia à Viúva Negra.

“É divertido encontrar outros fãs, pessoas que gostam das mesmas coisas que a gente, assistir ao filme juntos, se emocionar”, diz Letícia Quintas, 20, em uma versão feminina do Homem de Ferro

(Lais Azevedo/Diário do Pará)