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Padre pode deixar a batina? Saiba mais.

Esta semana o Diário do Pará teve acesso a fotos em que o padre Geffison Silva aparece de romance com uma jovem. Mesmo após a divulgação das imagens, a Basílica de Nazaré não se posicionou oficialmente sobre o caso. Por telefone, a Basílica informou, na t

Esta semana o Diário do Pará teve acesso a fotos em que o padre Geffison Silva aparece de romance com uma jovem. Mesmo após a divulgação das imagens, a Basílica de Nazaré não se posicionou oficialmente sobre o caso. Por telefone, a Basílica informou, na terça-feira (26), que Geffisson não faz mais parte da igreja e que o posicionamento deve partir da Ordem dos Barnabitas. Porém, muitos internautas questionaram se o sacerdote pode exercer suas funções normalmente e quais foram as medidas tomadas após o caso.

(Foto: Via WhatsApp)

Nesta quarta-feira (27), o DOL entrevistou José Antonio Mangoni, mestre em Teologia e professor da Universidade do Estado do Pará (Uepa) do curso de Ciência da Religião, para dar esclarecimentos sobre como funcionam os dogmas da igreja católica em casos de desvio de conduta de um padre.

“Na visão da igreja, no campo doutrinal e no direto canônico, um padre nunca deixa de ser padre. Ele será padre para sempre. O que pode acontecer é ele ser dispensado dos sacerdotes. Como se usa na expressão vulgar, se ele ‘abandonar a batina’, abre-se um e um processo jurídico que é encaminhado via arquidiocese para Roma, pois tem que a decisão final é o papa. Ele não está solicitando deixar de ser padre e sim deixar de exercer as funções do padre. Logo, ele solicita a isenção para exercer esses ministérios, que é uma obrigação. Porém, ele só deveria deixar de exercer as funções a partir da decisão final”, explica.

José Antonio Mangoni detalha ainda que o processo não é tão rápido. “Antes era muito demorado, as vezes chegavam a esperar dez, quinze anos. Temos que ressaltar que cada caso é um caso, depende do motivo e de quem assume o processo. Hoje não sei dizer exatamente quanto tempo demora, mas em conversas com alguns religiosos eles falaram em três, quatros anos”.

Em muitos casos, mesmo em caso de desvio de conduta, os padres continuam na igreja. “Existem casos que o padre é afastado das atividades primárias, onde não pode celebrar missas, comunhão, confissão, e ele passa a ter uma vida no campo privado por um tempo. Se for uma coisa muito grave que não tenha retorno, a igreja opta pela ex-comunhão. A partir daí a igreja o impede de exercer o ministério e tudo que ele fizer não tem mais a prática de comunhão. Mas se não for esse o caso, o padre fica em seminário, onde ele não é mais público”.

O teólogo afirma ainda que a igreja católica é muito questionada por algumas atitudes que são reprovadas pelos fiéis. “Já tiveram casos de pedofilia que o padre foi apenas transferido para exercer o ministério em outra igreja, onde a comunidade não sabia da situação. E isso é muito contestado e criticado, pois acabam considerando a igreja conivente com a situação. Muitos bispos já foram acusados por esse mesmo motivo”.

Mangoni detalha ainda as mudanças que a igreja católica vem passando desde que o papa Francisco assumiu, em 2013. “O papa Francisco tem mudado muitas visões na igreja católica. Em meu ver, ele quer reaproximar a igreja do povo. Ele tem incentivado o fiel ficar mais próximo e com isso tem feita duras críticas a padres que acham que são ‘príncipes’. Ele quer mostrar que a autoridade está ali para servir e não para ser servido. Que a igreja tem que ser menos institucional e mais servidora. Acredito que o cargo de padre, para muitos, se tornou político e de poder”.

Ele completa dizendo que “temos que lembrar, que acima da profissão religiosa está a pessoa”.

O professor lembrar que um bom exemplo foi quando o papa Francisco falou das mães. “O papa quer quebrar paradigmas, como é o caso da mãe solteira. Mãe não é um status para dizer se é solteira ou não. Mãe é mãe”.

Leia também: Mãe do padre Geffison comenta caso do filho

(DOL)

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