Programa garante preservação de espécies

Um total de 2.221 hectares de áreas degradadas da Floresta Amazônica está em plena recuperação. O local - equivalente a 2 mil campos de futebol - fica no sudeste paraense e o projeto é resultado de 3 anos de desenvolvimento do Corredor Ecológico, programa que vem sendo implantado pela Vale, com a parceria do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e acompanhamento do Ibama.

O projeto consiste em restabelecer a área florestal existente no Pará e criar - como o próprio nome diz - um grande corredor ecológico. O espaço recuperado promove um ambiente favorável para o movimento de organismos vivos, como plantas e animais. Ocorre que a fragmentação e a redução de habitats provocam vários tipos de distúrbios, como o isolamento de populações e perda de variabilidade genética na flora e na fauna. A ação faz parte da compensação ambiental determinada pelo IBAMA, para emissão da licença do projeto Ferro Carajás, em 2013.

A Vale adquiriu áreas no entorno de toda a planta de construção da mina e usina, no município de Canaã dos Carajás. Hoje, com imagens de satélite comparando a mesma área em 2012 e 2015, é possível ver o verde das árvores tomar cor e forma novamente, em espaços antes ocupados por pastagens (veja à direita). “O resultado ultrapassa a condicionante de obra, para dar vida a espécies de plantas que haviam sido desmatadas e resgatar o habitat natural de animais da Amazônia”, destaca o Líder de Socioeconomia e Meio Ambiente do
Projeto, Leonardo Neves.

ARARA AZUL

Para o Chefe da Floresta Nacional (Flona) de Carajás, Frederico Drumond, programas como esse só trazem ganhos para a região. “O programa de conectividade vem justamente favorecer a ampliação do habitat dos animais silvestres, aumentar a dispersão de espécies e a biodiversidade”, afirma. O programa tem, ainda, uma importante relação com a preservação da arara azul, com o replantio de espécies de plantas como a axixá, tipo de palmeira onde as araras fazem seus ninhos.

Entre as técnicas adotadas está o cercamento de áreas para favorecer o processo de sucessão natural, aceiros nas antigas propriedades para impedir a propagação dos incêndios, uso de topsoil (primeira camada do solo orgânico, que contém todo o material genético da flora, sementes e plântulas) em áreas de pastagem e a realização de plantios de enriquecimento com mudas nativas. As áreas de nascentes e áreas ciliares dos rios são priorizadas nesta reposição.

Paralelamente a isso, para atração da fauna silvestre, foram criados nichos - amontoados de galhos, pedras e resíduos orgânicos ou poleiros. A fauna tem papel fundamental na dispersão de sementes, conservação de nutrientes, controle populacional e na gradual e espontânea reintrodução das várias espécies. Além do Corredor, a empresa tem realizado ainda ações educativas que estimulem a restauração florestal em propriedades do entorno e no próprio município de Canaã dos Carajás.

Em apenas 3 anos, a Vale já reabilitou 80% do total da área empregada para a construção do projeto. De acordo com a condicionante, a empresa teria até 10 anos para recuperação da área total. O programa se estenderá, ainda, por toda a implantação e operação do projeto Ferro Carajás e deverá ser finalizado com o fechamento do empreendimento. O corredor será fundamental para proteger ainda mais a Floresta Nacional de Carajás, um belo pedaço da Amazônia.

(Diário do Pará)