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Cúpula do Detran estaria envolvida em corrupção

Deflagrada em agosto do ano passado, a Operação Galezia, que desbaratou a quadrilha que atuava na emissão fraudulenta de Carteiras de Habilitação no Pará, está tendo desdobramentos que podem atingir a alta cúpula do Departamento de Trânsito do Estado (Det

Deflagrada em agosto do ano passado, a Operação Galezia, que desbaratou a quadrilha que atuava na emissão fraudulenta de Carteiras de Habilitação no Pará, está tendo desdobramentos que podem atingir a alta cúpula do Departamento de Trânsito do Estado (Detran), políticos e autoridades paraenses. As informações chegaram à Polícia, graças a ex-servidores que participaram do esquema - e que agora querem se beneficiar da delação premiada. O DIÁRIO teve acesso a trechos de um depoimento que pode ampliar o rol de investigados no caso.

No documento, uma testemunha aponta o atual diretor de planejamento do órgão, Carlos Valente, como um dos integrantes da quadrilha que cobrava para emitir carteiras de habilitação a motoristas -que nem precisavam fazer os exames de praxe (psicotécnico, teórico e prático).

PROPINAS E VOTOS

Segundo o delator, que não quer ser identificado, Valente recebia R$ 10 mil mensais de propina para dar suporte ao esquema na sede do órgão, em Belém. A “mesada” teria sido idealizada por um homem identificado como Paulão, dono de auto-escola e ex servidor do Detran. E era engordada com o dinheiro das fraudes. Cada examinador recebia, segundo o delator em depoimento, R$ 100 para atestar a aprovação do candidato, sem exigir o exame de trânsito, e repassava R$ 60 para a direção local do Detran, em Xinguara.

A concessão da habilitação por meio de fraude servia também como moeda para compra de votos. No depoimento a que o DIÁRIO teve acesso, o delator afirma que, no período eleitoral, os examinadores recebiam ordens para aprovar condutores indicados por políticos com influência no órgão.

É citado como beneficiado pelo esquema o hoje deputado estadual Fernando Coimbra (PSD), ao lado do vereador Pedro Lima (PSDB), que foi servidor do Detran e teria usado a emissão de carteiras como trampolim político. Coimbra era consultado até na contratação de examinadores. Ao DIÁRIO, o deputado disse desconhecer o teor do depoimento em que é citado e garantiu não ter qualquer relação com Pedro Lima. “Eu não o apoiei, nem ele a mim”, disse Coimbra, afirmando ainda não ter qualquer influência sobre o Detran. “As indicações cabem ao Executivo”, disse.

Fraudes envolvem 8 municípios e 3 estados

A quadrilha tinha como ponto central o município de Xinguara, mas se espalhava por outros sete municípios do sul do Pará. Beneficiava candidatos a condutores do Pará, Maranhão e Tocantins. Para conseguir as habilitações fraudadas, condutores simulavam mudanças de domicílios de outros estados para o Pará. Com a propina recebiam a carteira sempisar no Pará. Chamou atenção o volume do esquema: só do Tocantins, foram 28 mil pedidos entre 2010 e 2014. E muitos dos candidatos apresentavam ao Detran o mesmo endereço no Pará. Os condutores pagavam até R$ 3 mil pelo documento. O dinheiro era dividido entre a direção do Detran de Xinguara e avaliadores. Segundo o delator, também alimentava campanhas eleitorais, além da propina mensal de Carlos Valente.

Em, 2010 a operação Galezia prendeu dez - sete eram servidores do Detran-Pará, uma era psicóloga do Tocantins (que forjava os exames psicotécnicos) e dois eram donos de autoescolas. Mais de 40 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Redenção, Conceição do Araguaia, Xinguara, Tucumã, Ourilândia do Norte, Santana do Araguaia, Paragominas, São Félix do Xingu e Pedro Afonso (TO).

A Corregedoria do Detran diz, por nota, que o inquérito da Operação Galezia é conduzido sob sigilo da Polícia Civil. Diz ainda que o órgão espera o resultado das investigações para tomar as providências cabíveis. A Polícia Civil diz que concluiu o inquérito e enviou o caso para o Ministério Público. O vereador Pedro Lima não foi encontrado para comentar o caso.

(Rita Soares/Diário do Pará)

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