Militares cobrarão que Governo reajuste salários

Preocupados com a possibilidade de não terem seus salários reajustados conforme prevê a lei, policiais e bombeiros militares decidiram, em assembleia realizada na noite de ontem, apresentar hoje proposta ao Governo do Estado. Segundo o sargento Francisco Xavier, presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar, a principal reivindicação está relacionada ao aumento do salário em cima do soldo – vencimento do militar.

Xavier disse que o Governo teria dito que o aumento não seria correspondente ao salário mínimo e à inflação. Isso significa o descumprimento da Lei Estadual 6.827/2006, que prevê que o valor do soldo de soldado não poderá ser inferior ao salário mínimo. “Isso representa descaso do Governo com a categoria que já vive uma situação gravíssima”, afirma Xavier.

José Carlos Quadros, representante da Associação em Defesa dos Militares do Pará, ressalta que, até o momento, a única vantagem oferecida aos praças (soldados, cabos, sargentos e sub-tenente), foi reajuste de R$ 200 no tíquete alimentação. Porém, só beneficia os servidores ativos.

INDIGNAÇÃO

A reunião foi realizada na sede da Associação dos Policiais Militares da Reserva Remunerada do Pará (Asposmire). O vice-presidente do Sindicado dos Policiais Civis, Pablo Farah, se mostrou indignado. Ele afirmou que levará a demanda dos militares até o Conselho Estadual de Segurança Pública para que o Governo do Estado seja pressionado. “Dizer que não tem dinheiro para dar o reajuste é balela. O Estado tem receita sim. Por que não diminuiu as despesas próprias?”.

Após duas horas de assembleia, os trabalhadores decidiram que reunirão com as secretarias de Segurança Pública e Administração para pedir o acréscimo de R$ 300 no tíquete alimentação, o compromisso do Governo em apresentar projeto de lei que beneficie os inativos e o reajuste salarial. Segundo Xavier, hoje há 15 mil policiais militares no Estado, 400 deles estão inativos – com licença saúde ou aposentados. Os bombeiros somam 3 mil, entre ativos e inativos.

(Michelle Daniel/Diário do Pará)