Belém estava ideal para quem gosta de calmaria

Recostado em um dos postes da Praça da República, o olhar do guardador de carros Reinaldo Ferreira, 53 anos, acompanhava os poucos carros que percorriam a avenida Presidente Vargas na manhã do último sábado. No 1º dia após o feriado de ano novo, a movimentação era muito diferente da correria provocada pela disputa por uma vaga de estacionamento ao longo do ano. “Hoje (sábado) dá até para escolher onde estacionar”.Ainda que bastante gente fosse vista nas ruas do centro de Belém ao longo do dia, a ausência de congestionamento em muitas vias dava um ar de tranquilidade a Belém. Se o sábado não acompanhasse o feriado prolongado, com certeza o dia de Reinaldo seria diferente. “Tá muito tranquilo. É bom que a gente se recupera um pouco do churrasco de ontem (1º de janeiro)”, disse, à espera de motoristas buscando estacionar.

Palco de agitação e correria desde as primeiras horas do dia, a pedra do peixe do mercado do Ver-o-Peso também parecia diferente, com pouca demanda. Diante dos paneiros de manga trazidos de Abaetetuba, o autônomo João Ribeiro, 65 anos, esperava a chegada dos clientes. “A venda está pouca porque é feriado, né? O movimento é menor”. Desde que João Ribeiro começou a garantir o próprio sustento das vendas no Ver-o-Peso, já se passaram 50 anos. Em todo esse tempo, foram poucas as vezes em que ele viu o cartão postal com tão pouco movimento. “Calmaria só quando cai nesses feriados prolongados mesmo. Normalmente isso aqui fica cheio no sábado”.

FAMÍLIA

Ainda pensando no sufoco enfrentado nos shopping centers nas vésperas de Natal e Réveillon, a bióloga Ana Gurgel, 34 anos, aproveitou o sábado para passear com a família. Ainda que o movimento fosse bastante intenso em um shopping localizado no bairro de Batista Campos, ela ainda acreditava que o momento era o mais propício para aproveitar o local. “Está melhor assim. Se fosse antes do ano novo, com certeza ia estar um sufoco”. Na companhia de sua família, Ana não escondia a satisfação em ver a alegria de sua filha Catarina, 2 anos, e da sobrinha Laura, 7 anos. “Elas adoram vir ao shopping, então aproveitamos que tem menos gente na cidade para trazê-las com calma”, afirma Ana.

(Cintia Magno/Diário do Pará)