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Pórtico: escadas e elevadores viram obstáculos

Por volta das 19h30 do sábado (26), um cadeirante acompanhado de uma mulher tentava sair de um shopping que fica na área do Entroncamento, em Belém, mas um obstáculo os impedia: o Pórtico Metrópole - a passarela construída pela Prefeitura de Belém - prome

Por volta das 19h30 do sábado (26), um cadeirante acompanhado de uma mulher tentava sair de um shopping que fica na área do Entroncamento, em Belém, mas um obstáculo os impedia: o Pórtico Metrópole - a passarela construída pela Prefeitura de Belém - prometia facilitar o acesso das pessoas na área, com escadas rolantes, incluindo as que possuem dificuldades de locomoção, através da implantação de elevadores.

Com elevadores e escadas rolantes parados, não havia outra alternativa ao cadeirante a não ser a solidariedade de desconhecidos, que o tomavam nos braços e o levavam “na marra” pelas escadarias tradicional, sob riscos de acidente. O flagrante foi registrado em vídeo de celular (ver nesta página). Nas imagens, ao menos 4 homens fazem o transporte do rapaz, em meio a várias outras pessoas, subindo e descendo as escadarias do Pórtico.

No vídeo, o elevador pode ser visto sem funcionamento. Ao lado, as escadas rolantes também não funcionam, nem para subida nem para descida de quem precisa utilizar o Pórtico para a travessia. As pessoas sobem os degraus reclamando. No trecho final da gravação, uma usuária resmunga: “Socorro!”, ao chegar ao topo da escada rolante parada. Na manhã de ontem, a reportagem do DIÁRIO retornou ao Pórtico para verificar se as escadas e elevadores já haviam voltado a funcionar. Tudo estava do mesmo jeito.

A estudante de direito Liliane Negrão, 34, mora próximo ao Pórtico. Ela diz que há meses se depara com o mesmo cenário, todos os dias: “Preciso passar aqui todos os dias para ter acesso ao shopping. Nem lembro a última vez que vi funcionarem as escadas rolantes. A verdade é que Belém vive um descaso!”.

Passarela já é um transtorno rotineiro

A estudante de direito Liliane Negrão conta que, numa manhã de domingo, precisou acionar o Centro Integrado de Operações (Ciop) para que fossem ao local conter adolescentes que pichavam paredes da passarela. “Havia mulheres com crianças de colo esperando ônibus no ponto logo abaixo. Achei aquilo perigoso para os bebês”, contou. Segundo ela, o Ciop foi ao local e apreendeu os adolescentes.

A mãe dela, Eunice Negrão, 59, também estava ofegante após subir as escadas paradas. “A gente até desanima de vir quando lembra que tem de passar por esse Pórtico”, disse. “Há dias em que as luzes estão todas apagadas. Aí piora”, conta Liliane.

Ontem, o atendente de loja Raimundo de Jesus, 34, subia lentamente as escadas, segurando no colo a filha Rúbia Clarisse, de 1 ano. “Nunca está funcionando. É extremamente cansativo e sujo.”

O DIÁRIO entrou em contato com a Prefeitura de Belém para comentar o assunto, mas não houve resposta até o fim da edição.

(Gerllany Amorim/Diário do Pará)

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