Comerciantes dizem que falta moeda no mercado

No momento em que a gaveta da caixa registradora se abre, a dificuldade em selecionar os centavos que formam o troco fica clara. Ainda que as cédulas de maior valor estejam disponíveis, os espaços reservados às moedas estão quase sempre vazios, sobretudo as de R$0,50 e R$1. É neste momento que se tem início o grande impasse que vem preocupando comerciantes e clientes no momento de fazer e receber pagamento: Onde estão as moedas?

Operador de caixa no supermercado de uma grande rede, Leomar Corpos, 21 anos, percebe a diminuição na circulação de moedas diariamente, principalmente nos momentos de maior fluxo de clientes. “A gente fica numa situação complicada para conseguir passar o troco. A coisa mais difícil é um cliente fazer pagamentos com moedas”, avalia.

TROCA

Diretor do Grupo Nazaré, Mauro Correa destaca que o mercado em geral está enfrentando um sério problema de falta de moedas. Para ele, existem duas possíveis explicações para isso. “O consumidor deve estar guardando ou descartando mesmo essas moedas de menor valor”, acredita. Outra resposta possível, segundo Mauro, é a redução na produção de moedas pelo Banco Central.

Mauro explica que, durante algum tempo, uma parceria realizada com as empresas de transporte público resolveu o problema, quando cédulas eram trocadas por moedas. Porém, com o passar do tempo, as próprias empresas parceiras começaram a sentir dificuldade na arrecadação para passar troco aos passageiros. Uma nova estratégia já foi pensada para tentar driblar o problema. “Estamos dando pães gratuitamente para os clientes que levarem moedas para trocar. Se a pessoa levar R$50 em moedas, esse dinheiro é trocado por uma cédula de R$ 50 e ele ainda ganha o pão”, explica ele.

O diretor aponta que até mesmo nos comércios pequenos é possível constatar a diminuição de moedas circulando. “Esse é um problema que está além da nossa capacidade de resolver. Entramos em contato com os bancos e até eles não têm moedas”, reitera.

Mesmo com o fluxo bem menor de clientes, a dificuldade também é sentida na loja de conveniência em que a vendedora Nayalla Soares, 18 anos, trabalha. Sem opção, muitas vezes ela é obrigada a oferecer bombons como forma de compensar, no momento de entregar o troco aos clientes. “Até para tentar trocar cédulas por moedas em locais próximos é difícil, porque ninguém tem”. Ao consumidor, só resta aceitar bombons como moeda de troca. Ou deixar os centavos no caixa do estabelecimento.

(Cintia Magno/Diário do Pará)