A promessa que deu certo: Canaã dos Carajás

De assentamento agrícola a uma das principais cidades do estado. Canaã dos Carajás, no sudeste do estado, chega aos 21 anos comemorando não somente sua pujança econômica, como diversas conquistas sociais e culturais.A origem do município remete a projetos estratégicos na região durante a década de 1980, ainda no período em que o país foi governado por militares.

O então “Projeto de Assentamento Carajás” foi implantado em 1982. O objetivo era diminuir os conflitos pela posse da terra na região, principalmente na área conhecida como “Bico do Papagaio”.Ao longo de três anos, mais de 1.500 famílias foram assentadas na área, que ficou conhecida, então, como Centro de Desenvolvimento Regional (Cedere).

A emancipação só viria quase uma década depois, em 1994, quando por meio da Lei Estadual 5.860, o Centro foi desmembrado de Parauapebas e virou o município de Canaã dos Carajás.O que antes era apenas uma grande colônia passou então a simbolizar o sonho e promessa desenvolvimento da região e do estado, como está descrito em seu hino:

No seio da Amazônia, a grande colônia a origem deu

Desafiando o futuro, no verde escuro o sonho nasceu.

Não por acaso, o nome do local possui a referência bíblica de “terra prometida por Deus ao povo”. A escolha é resultado da grande quantidade de evangélicos que moram na cidade. A cidade paraense seria então uma grande promessa de melhorias na região. Já o último nome, "Carajás", é uma referência à região em que a cidade está localizada, a Serra dos Carajás.

Cidade de muitas alternativas

Canaã dos Carajás possui diversas alternativas econômicas. Na agricultura, merece destaque a produção de arroz, milho e feijão. Em algumas casas e sítios, é possível ver pequenos roçados, hortas caseiras e escolares, destinados tanto ao consumo local, seja nas residências ou em escolas.

A pecuária é outro setor crescente na região. Além disso, por ser nova, a cidade ainda tem um turismo pouco explorado, apesar de contar com diversas belezas naturais. Um dos principais roteiros de Canaã é a Casa da Cultura, inaugurada em 2004. Mantida pela Vale e pela Associação Itakyra, seu principal objetivo é reconhecer e valorizar a identidade cultural canaense, a partir de sua expressão cultural e artística, além de promover a integração de pessoas e saberes. O espaço recebe cerca de 4 mil visitantes por mês e tem como missão ser o elo entre a sociedade civil, a iniciativa privada e os poderes constituídos para o fomento, a produção, o fortalecimento e a disseminação da arte, valorizando a cultura do município e do Estado do Pará.

A Casa da Cultura possui uma biblioteca com cerca de 6 mil livros; um auditório com capacidade para 60 pessoas; uma sala de reunião; duas salas multiuso, onde são realizadas as oficinas de violão, jazz, carimbó, balé e teatro; uma área externa para eventos com capacidade para até 400 pessoas; um hall de entrada e exposições permanentes. O grande destaque do município, no entanto, é a extração de minérios.

Canaã dos Carajás, esperança juvenil,

pulmão do mundo e coração do Brasil.

Seu rico solo orgulho

Aos teus filhos traz:

o cobre, o níquel, o ouro e outros tesouros que sua terra jaz

Mina Sossego começou a funcionar em 2004. (foto: Divulgação)

Neste panorama, ganha relevo a Mina do Sossego, que começou a funcionar em 2004. O início da produção marcou a entrada da Vale no mercado mundial de cobre. Sossego é a primeira mina de cobre da Vale e contribui de forma significativa para o desenvolvimento de Canaã dos Carajás. Segundo a empresa, a produção atual do Sossego é de 390 mil toneladas de concentrado de cobre por ano. A unidade reutiliza 99% de toda a água empregada no seu processo de produção, o que representa uma economia anual de 900 mil metros cúbicos de água. Daria para abastecer uma cidade de 25 mil habitantes por seis meses. Hoje, mais de 2,4 mil pessoas estão empregadas na unidade.