Inflação faz família reduzir ceia do Círio

É com pelo menos duas semanas de antecedência, que a dona de casa, Floriza Paiva, de 82 anos, começa os preparativos para fazer o tradicional almoço do Círio. Na data, a matriarca reunirá, neste ano, cerca de 20 pessoas em sua casa, no bairro do Jurunas, em Belém. Porém, como os itens do almoço estão com preços mais salgados neste ano, isso pesou no bolso da família no momento da coleta. Segundo pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os reajustes nos preços dos principais produtos, como o pato, podem chegar a mais de 15% contra uma inflação em torno de 9,50%.

Para diminuir o impacto gerado pelo aumento de preços dos ingredientes do almoço, uma das filhas de Floriza, Socorro Paiva, de 50 anos, comenta que eles devem reduzir a quantidade de pratos servidos no dia, sem deixar de oferecer qualidade aos familiares. “Antes, a gente fazia entre três e quatro tipos de comida, agora não dá mais. O pato fica muito caro nessa época, então, a solução é render o pato com dois diferentes tipos de comida e incrementar com maniçoba e peru”, relata.

Na hora de fazer a feira, os itens que mais pesaram para a dona de casa foram o tucupi e o jambu. “Sempre comprava o maço do jambu a R$ 1,00 na Feira da Cidade Nova IV. Agora tá R$ 2,50. Então, em vez de comprar dez maços, como de costume, comprei só seis”, calcula. Já o Tucupi custava R$ 10, o litro, agora está R$ 16.

(Wal Sarges/Diário do Pará)