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Parece um presídio. Mas é uma escola estadual

De mochila nas costas, Joelder dos Santos caminha entre um corredor apertado e mal iluminado. A pintura das paredes está descascada, do chão ao teto, e há grades enferrujadas nas portas. O lugar parece um presídio. Mas é uma escola. E Joelder, de 12 anos,

De mochila nas costas, Joelder dos Santos caminha entre um corredor apertado e mal iluminado. A pintura das paredes está descascada, do chão ao teto, e há grades enferrujadas nas portas. O lugar parece um presídio. Mas é uma escola. E Joelder, de 12 anos, é um dos alunos que sofrem com o abandono ao qual o colégio foi jogado. Localizada na Rodovia Augusto Montenegro, bairro do Tenoné, a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Palmira Gabriel, obriga estudantes e professores a passar horas num ambiente imundo e inseguro.

Ironicamente, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) fica a cerca de 2 quilômetros do local, mas o Governo não dá atenção à escola. Cansados de esperar pelo Poder Público, alunos e professores protestaram ontem pela manhã, fechando um trecho da avenida Augusto Montenegro por 10 minutos, para solicitar uma viatura da Polícia Militar em frente à escola. O colégio atende a cerca de 2.500 alunos, nos três turnos.

São crianças e adultos que não têm outra opção, a não ser frequentar salas de aula gradeadas - para proteger estudantes e professores de invasores - e sem atrativos. O cenário é de caos. Numa das salas, parte do forro do teto já caiu. O ar condicionado não funciona e os ventiladores são uma ameaça, já que podem cair a qualquer momento. “É tudo muito quente. A gente fica suando o dia todo”, diz Joelder, que cursa a 5ª série.

São inúmeras e diversas as irregularidades encontradas na escola. Há interruptores com a fiação elétrica exposta, colocando a vida dos alunos em risco. “Pra acender a luz, a gente tem de pegar no fio com cuidado, pra não levar um choque”, conta Joelder. Numa das salas de aula, um curto-circuito queimou um ventilador de teto. A marca das chamas ainda está no forro.

Nos banheiros, não há sequer torneiras nas pias. Outro problema é a merenda escolar. Joelder e seus colegas reclamam que não recebem nada além de bolacha e água. “Eles dão um pacote e partem no meio, pra gente dividir. E a bebida é só água”, afirma o garoto.

VIOLÊNCIA

Além de todos esses problemas, no entanto, há algo ainda pior cercando a Escola Estadual Palmira Gabriel: a violência. Na sexta-feira da semana passada, por volta das 15h, oito homens, vestidos com uniforme de torcida organizada, invadiram uma sala de aula em busca de um rapaz que seria da torcida rival. Como não encontraram o rapaz, eles espancaram outro estudante, em plena sala de aula, diante de alunos e professores apavorados. “Na hora, o professor não pôde fazer nada para intervir. Eram oito homens e estavam armados com pedaços de pau e facas”, conta o professor Ary Nemer. “Decidimos suspender as aulas por causa da violência. Apesar da suspensão, estamos convocando os alunos a participar dos projetos escolares que temos”, afirma.

O protesto de ontem foi mais uma tentativa de chamar a atenção do Poder Público à escola. Após o manifesto, a Polícia Militar (PM) se reuniu com professores e alunos e ouviu suas queixas. De acordo com o capitão Luz Henriques, o relato será repassado ao comando da PM. Em nota, a Seduc informou que uma equipe técnica realizou uma vistoria na escola e providenciou a elaboração de projeto que servirá para a licitação da reforma. E garantiu que foi feito um novo cronograma de abastecimento da merenda escolar, que deve ser normalizada num prazo de 2 dias.

(Emily Beckman/Diário do Pará)

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