Redução na conta da energia elétrica será de 2%

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um desconto de 18% na bandeira tarifária vermelha, que vem incidindo nas contas de energia elétrica desde o início do ano. A redução vai ocorrer, portanto, apenas no valor adicional pago pela energia elétrica, indicado pela bandeira vermelha, que é o mecanismo adotado nas contas de luz para informar ao consumidor se ele está pagando mais caro. Com isso, o valor cobrado para cada 100 kilowatt-hora (kWh) consumidos durante a vigência dessa bandeira cairia de R$ 5,50 para R$ 4,50 a partir de setembro, o que significa um impacto médio de 2% no total da conta.

Quem paga uma conta de R$ 100 hoje, por exemplo, vai ter um desconto aproximado de R$ 2. Isso porque, apesar do desligamento de 21 térmicas na semana passada, responsáveis pela geração de 2.000 megawatts (MW) e cujos custos de geração são bem mais caros que as hidrelétricas, a Aneel vai continuar aplicando as bandeiras tarifárias na conta do consumidor.

Mas o “desconto” aprovado ontem em audiência pública na Aneel ainda não está valendo. Só vai ser oficializado no dia 28 de agosto, passando a incidir nas contas em setembro. Para a bandeira amarela não houve alteração, continuando a cobrança em R$ 2,50 por 100 kWh consumidos. Mesmo se a mudança para R$ 4,50 for aprovada, ainda assim, a taxa extra vermelha do setor elétrico continuará mais cara que a cobrança prevista originalmente, que era de R$ 3 até fevereiro deste ano, quando os valores foram reajustados.

BANDEIRAS

“As bandeiras tarifárias sinalizam de maneira imediata para os consumidores, mês a mês, os custos de geração da energia elétrica”, destacou o diretor da Aneel relator da proposta de redução, Reive Barros. Ele informou ainda que, a chamada “conta de bandeiras”, ainda é deficitária em R$ 1,25 bilhão, um passivo considerado normal pelo órgão regulador, que espera um equilíbrio até o fim do ano.

Segundo Barros, os custos a serem cobertos são bastante voláteis e incluem inclusive questões que hoje são afetadas por liminares judiciais sobre o risco hidrológico. “Por outro lado, a demanda tem respondido adequadamente, com a redução do consumo que também possibilitou o desligamento das térmicas”, completou.

A Aneel estima que a redução erá de R$ 1,7 bilhão na arrecadação das empresas de distribuição até o fim do ano. O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, explicou que a economia com as térmicas ainda não será suficiente para alterar pela primeira vez a bandeira para o nível amarelo, que ainda não foi aplicado a nenhum mês desde o início da vigência do regime.

O ministro acredita que o novo cenário econômico e climático permite a redução das tarifas de energia no curto prazo. “A partir de agora, estamos entrando em ciclo de queda de tarifa, vamos ter uma redução estimada entre 15% e 20 % na bandeira vermelha e inaugurando um ciclo de baixa”.

Entretanto, para mudar para a bandeira amarela, segundo ele, seria necessário desligar muito mais térmicas ainda este ano”. O que o eu não acho provável”, afirma o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino.

(Luiza Mello/Diário do Pará)