Lixão provoca revolta em Ananindeua

Em Ananindeua, um lixão tem tirado a paciência de moradores próximos a um terreno baldio, atrás da feira e da Unidade Básica de Saúde do Conjunto Cidade Nova VI. No espaço onde os urubus dominam são descartado aparelhos de televisão, colchões, caroços de açaí, restos de materiais em PVC e até animais mortos. No mesmo espaço, cheio de mato, há um canal.

Para os moradores sobram o mau cheiro, o que gera indignação. O taxista Fernando da Silva, de 71 anos, mora próximo ao local e conta que é obrigado a passar por perto do lixão diariamente. “Quando o vento traz esse odor na direção de casa é terrível. Não suportamos essa situação”.

O eletricista Alex Quaresma, de 32 anos, passou correndo próximo ao lixo para fugir do mau cheiro. “Sabia que existia esse lixo aqui, mas está pior. Não dá para aguentar esse cheiro horrível”. A feira que fica bem em frente ao amontoado de lixo já foi substituída pelo técnico de enfermagem, Elton Nery, de 36 anos. “Moro bem perto da feira do VI, mas como ela fica próxima desse lixão, passei a comprar na feira do Paar, que é muito mais longe de casa, pois corro menos perigo com alimentos possivelmente contaminados”.

A preocupação é acentuada quando o perigo ameaça as crianças. A autônoma Tânia Índia, 49, conta que tem criança em casa e o contato com a rua é restrito. “Nossa casa é de esquina com o lixo e vive sempre fechada, mas meu filho já teve diarreia e vômito, tudo pelo contato com o lixo”.

FEIRA

Um feirante que não quis se identificar disse que trabalha há três décadas na feira do conjunto e que a situação ganhou proporções alarmantes. “É evidente que perdemos muito com isso. Muita gente se afasta e não compra aqui. Mas se a prefeitura não faz nada, não somos nós que vamos fazer”.

A Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) afirma que vai mandar uma equipe fazer a retirada do entulho. A Seurb diz ainda que a coleta de lixo é feita regularmente na Cidade Nova VI, às segundas, quartas e sextas-feiras.

(Diário do Pará)