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Medo ronda as escolas do Pará

Estão apenas nas lembranças o tempo em que o único medo das escolas, sobretudo dos alunos, eram dos testes surpresas, tabuadas, provas, apresentação de trabalhos e do resultado final do ano letivo. Nos dias atuais, a violência ultrapassou os limites do co

Estão apenas nas lembranças o tempo em que o único medo das escolas, sobretudo dos alunos, eram dos testes surpresas, tabuadas, provas, apresentação de trabalhos e do resultado final do ano letivo. Nos dias atuais, a violência ultrapassou os limites do cotidiano e adentrou as instituições de ensino e levou a insegurança a professores e alunos. O assassinato do estudante Humberto Douglas Pereira Santos, na porta da escola estadual Augusto Montenegro, no bairro do Telégrafo, na tarde da última quinta (11), indica a triste realidade desses estabelecimentos, de onde jamais se esperou ser afetada e amedrontada pela violência.

Um dia após o caso, o cenário na escola Augusto Montenegro não poderia ser outro, senão o medo e a perplexidade diante do fato. As aulas nos três turnos foram canceladas, mas a marca de sangue e a fita de isolamento de local de crime usada pelo Instituto Médico Legal (IML) ainda estavam presentes na calçada e traziam de volta o momento de terror do dia do crime. “O aluno estava chegando numa escola, meu Deus, numa escola e acontece isso. Trabalho aqui perto e vim ver o crime, e fiquei chocado com a cena, já que tenho filhos que estudam em escola pública e sei que esses locais já não oferecem segurança”, disse Eduardo Silva, que trabalha na construção civil.

De acordo com moradores da área e funcionários da escola, a falta de policiamento na referida instituição seria o fator primordial para o assassinato do estudante. “Essa escola, principalmente no turno da tarde, é comum confronto entre alunos. Geralmente, alunas brigam aqui na frente e para acabar com isso, não vemos a polícia passar por aqui. Por causa disso, a morte trágica desse jovem já estava anunciada, já que não se tem policiamento constante aqui na área. E isso é um problema exclusivo de segurança pública e não da escola, já que essas coisas aconteceram fora dela”, disse uma moradora que não quis se identificar.

Em relação à morte do estudante Humberto Douglas Pereira Santos, duas linhas de investigação estão sendo analisadas, mas independente de qual seja a motivação, o foco principal é que a violência do dia a dia também se instalou nas escolas públicas. Não raro, instituições de ensino são invadidas por bandidos e instalam o medo nos alunos e professores. Por exemplo, há cerca de dois meses, o pai de um aluno foi baleado enquanto deixava o filho na escola municipal Florestan Fernandes, no bairro do Bengui. Ainda no mesmo bairro, a escola estadual Cidade de Emaús quase foi fechada devido à constante invasão de meliantes.

Ainda há casos em que os crimes cometidos dentro do que muitos chamam de segundo lar têm como personagens os próprios estudantes. Em março deste ano, por exemplo, um aluno de 16 anos não gostou de ser interpelado por um servidor e atirou no vigia Antônio Carlos Coelho, 58 anos, dentro da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Príncipe da Paz, localizada na Rua Principal do Curuçambá, em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém.

O vigilante fazia parte do quadro de funcionários da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Chegou a ser levado para a Unidade de Pronto Atendimento do Icuí, mas não resistiu aos ferimentos. O suspeito foi apresentado dias depois, fora do flagrante, à autoridade policial.

FALÊNCIA

Para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp), o problema tende a piorar, já que o governo do Estado não possui uma política de combate contra a violência dentro das escolas.

“Essas ocorrências de violência, na verdade, são comuns seja contra alunos, entre eles e contra professores. O que vemos é um descaso do Estado com isso, não apenas de uma solução preventiva, mas de interação com os estudantes para se combater a violência dentro das escolas. Essa é uma pauta entre os nossos protestos, já propomos uma audiência pública com o Governo, mas nunca fomos atendidos. Enquanto isso não for feito, outras situações de violência vão continuar nesses locais onde deveria ser formador de bons cidadãos”, disse Mateus Ferreira, coordenador do Sintepp.

PM RESPONDE

A assessoria de comunicação da Polícia Militar se limitou a informar que o policiamento em toda a região do Telégrafo conta com policiais a pé e em viaturas e motocicletas, além das operações realizadas diariamente de prevenção e fiscalização, e orienta a população para, em casos de vitimização, não reagir sob nenhuma hipótese, bem como registrar o boletim de ocorrência nas unidades da Polícia Civil e sempre que tiver informações que possam ajudar o sistema de segurança, denunciar via 181 (Disque Denúncia) e em caso de emergência acionar o Ciop (190).

(Diário do Pará)

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