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Especialista fala sobre transporte naval na região

Se o Brasil, algum dia, quiser se tornar um país competitivo no mercado internacional, ele vai ter de investir num transporte mais barato, e o transporte mais barato é a utilização das vias navegáveis. Neste ponto, a Região Norte, que finalmente começa a

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Se o Brasil, algum dia, quiser se tornar um país competitivo no mercado internacional, ele vai ter de investir num transporte mais barato, e o transporte mais barato é a utilização das vias navegáveis. Neste ponto, a Região Norte, que finalmente começa a ser vista pelo Brasil como a grande saída logística do país, leva vantagem e abre perspectivas para um crescimento formidável do transporte naval já a partir dos próximos anos. Afinal, está na Amazônia mais extensa rede de vias navegáveis do planeta, e ao Brasil basta apenas ter um plano de utilização de suas hidrovias.

A afirmação é do professor Hito Braga de Moraes, criador do curso e diretor da Faculdade de Engenharia Naval da Universidade Federal do Pará. Especialista em engenharia naval pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFPA, mestre e doutor em engenharia oceânica pela Coppe/UFRJ, Hito Moraes carrega ainda em seu currículo o curso de pós-doutorado em engenharia naval pela University of Southampton, Inglaterra.

Em entrevista ao DIÁRIO, ele revela o objetivo de tornar a Faculdade de Engenharia Naval um centro de excelência em pesquisas navais, hidroviárias e portuárias, nos mesmos moldes dos existentes em países como Holanda e Bélgica. Hito Moraes responsabiliza o DNIT pelo impasse em torno do projeto de derrocamento do Pedral do Lourenço, no rio Tocantins. Para o diretor da Fenav, é indispensável a aplicação dos modernos recursos disponibilizados pela tecnologia, seja para aumentar a manobrabilidade das embarcações, dando maior segurança ao transporte naval, seja para diminuir os volumes de obras e reduzir custos.

P: Por que se transformou em verdadeira novela o que era um projeto relativamente simples de engenharia, o projeto de derrocamento do Pedral do Lourenço, no rio Tocantins?

R: A confusão não foi criada por nós, aqui da Universidade (Federal do Pará). Ela foi criada pelo próprio DNIT, que, depois de ter um projeto pronto, aprovado, auditado e licitado, resolveu fazer outro estudo, dando à Vale a condição de fazer um novo projeto. Foi isso que deu origem ao impasse. Hoje, eu diria que do jeito como a coisa está caminhando dificilmente essa obra vai ser realizada. Minha descrença se dá em virtude do grande volume de derrocamento que vai ser necessário com esse novo projeto. É um novo traçado, é um novo volume e é um novo valor, também, muito mais alto. Então, por tudo isso, eu não acredito que o projeto possa sair em curto espaço de tempo.

P: O projeto original, feito pela UFPA, estabelecia a largura de 70 metros para o canal de navegação e previa o derrocamento de 715 mil metros cúbicos de rochas. O novo projeto mais do que dobrou a largura do canal, mas o volume de derrocamento não cresceu na mesma proporção. Não existe algo errado nesses cálculos?

R: Eu acho que o volume divulgado pelo DNIT, com base no estudo contratado pela Vale, não tem comprovação em estudo de campo. Por uma estimativa nossa, com certeza o volume de derrocamento passaria de dois milhões de metros cúbicos. Ocorre que o único trabalho de campo efetivamente feito foi o da UFPA. As outras empresas não fizeram o trabalho como o que foi feito por nós. Por sinal, nós nunca vimos esse levantamento na prática. O que sabemos são estimativas, números citados no noticiário, de que o volume a ser derrocado seria de pouco mais de um milhão de metros cúbicos. Eu acho que esse volume está subestimado, porque quando fizemos o projeto, projetamos o canal dentro da calha natural do rio. Fizemos todo o projeto utilizando a própria calha, aumentando os raios de curva, tirando as pedras que estavam no meio do caminho e tentando diminuir ao máximo o volume de derrocamento. Esse novo projeto, ele duplica, e na hora em que você duplica a largura do canal, o novo traçado passa por um maciço rochoso muito maior, ultrapassando a fenda do canal natural. E isso, com certeza, vai elevar muito o volume.

P: Há estudos confiáveis que indicam a extensão das vias navegáveis da Amazônia?R: Há um estudo da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), feito há pouco tempo, que aponta a existência de 26 mil a 30 mil quilômetros de vias navegáveis na região. Mas é preciso observar que o conceito de via navegável não é um conceito absoluto. Basta dizer que nós temos vias naturalmente navegáveis, que não são utilizadas, e temos vias não navegáveis que podem se tornar navegáveis com a simples construção de uma barragem.

(Diário do Pará)

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