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Ananindeua é campeã de homicídios no país

Mais uma vez, o Pará é destaque no triste ranking da violência no Brasil. Lançado na última quinta-feira, o Observatório de Homicídios aponta Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, como a cidade campeã em vítimas de assassinatos. A taxa é de 125,67

Mais uma vez, o Pará é destaque no triste ranking da violência no Brasil. Lançado na última quinta-feira, o Observatório de Homicídios aponta Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, como a cidade campeã em vítimas de assassinatos. A taxa é de 125,67 registros para cada 100 mil habitantes.

Em 2012, ano usado como referência para o ranking atual, foram 608 registros, média de 50,6 assassinatos por mês, ou um assassinato e meio a cada 24 horas.

O estudo leva em conta dados proporcionais. Ou seja, o cálculo da taxa é feito a cada 100 mil habitantes. Na lista dos estados, o Pará aparece em sétimo lugar, com 41,7 homicídios a cada 100 mil habitantes.

Ananindeua tem, portanto, um índice mais de três vezes maior que a média estadual, que já não é das menores. Apenas seis estados brasileiros estão à frente do Pará no índice de homicídios: Alagoas, Espírito Santo, Ceará, Goiás, Bahia e Sergipe.

VÍTIMAS

O Observatório de Homicídios é uma plataforma de visualização administrada pelo Instituto Igarapé. Um globo tridimensional exibe a propagação de homicídios no mundo, expondo a frequência com que eles ocorrem. Além dos dados, o Observatório exibirá análises feitas por especialistas na área. A intenção é fazer atualizações periódicas das estatísticas.

Um das conclusões da análise atual dos números atuais é que a maioria das vítimas é formada por homens com idade entre 15 e 29 anos. Jovens pobres da periferia, sem acesso à educação, a políticas de geração de renda e lazer.

Alimentando as estatísticas estão casos como de Gilson Neves, 25 anos, morto a tiros na tarde do último dia 27 de março. Havia acabado de sair de um culto na rua Santa Fé, no bairro do Icuí Guajará quando foi atingido.

A suspeita é de que tenha sido crime passional. Gilson estaria envolvido com a namorada de um traficante preso e a família acredita que o crime foi encomendado.

A cozinheira Enir do Carmo Sena, 44 anos, perdeu o filho Francisco Diemerson, de 23 anos, em junho de 2012. “A gente nunca supera um perda assim”, conta entre lágrimas. O rapaz foi morto por um conhecido com quem já havia trabalhado em uma banca do jogo do bicho, no lugar conhecido como rua da Morte, do Guajará.

Desde então, Enir faz parte do Movimento pela Vida (Movida), o grupo criado por Iranilde Russo, mãe de Gustavo Russo, que foi sequestrado e acabou morto pela PM durante o cerco aos bandidos.

“Entrei no grupo para buscar apoio, tentar entender o que aconteceu e lutar por Justiça”, conta a cozinheira.

Além dos dados já registrados, o que preocupa no caso das estatísticas paraenses é a tendência de aumento da violência. Em abril deste ano, por exemplo, apenas na Unidade de Polícia Pacificadora do Icuí foram registrados oito assassinatos de jovens.

“A gente se surpreendeu com o fato de Ananindeua ter aparecido em primeiro lugar no ranking porque esperávamos que aparecesse uma cidade maior, como Rio de Janeiro ou São Paulo, mas nesses lugares, está havendo tendência de queda. No Pará está ocorrendo o inverso”, diz a pesquisadora do Instituto Igarapé e coordenadora do projeto, Renata Giannini.

O objetivo do Observatório, explica ela, é analisar os dados e reunir experiências que tenham contribuído para reduzir a violência. “Devemos buscar lições deixadas pelos casos bem-sucedidos”.

Renata explica que a redução da violência está ligada a mudanças estruturais como a diminuição do tamanho das famílias, mais acesso à educação, melhorias no bem-estar social, e desaceleração da urbanização. Há ainda fatores institucionais, como melhorias na aplicação da lei e o “hot spot policing” (policiamento intensivo em áreas “quentes”).

“Esse tipo de policiamento emprega dados para identificar áreas de alta criminalidade de uma cidade, permitindo que recursos humanos e materiais sejam direcionados para bairros, ruas e até mesmo edifícios específicos nos quais homicídios tenham ocorrido ou tenham probabilidade de ocorrer”.

Para a pesquisadores os dados revelam que é preciso investimento na área da segurança pública e também em políticas sociais. “É preciso agir de maneira integrada, atuando junto aos jovens em situação de risco”, diz.

O cientista Político Celso Vaz afirma que o alto índice de violência é sinal de que há carência de políticas públicas. “É preciso investir em educação, lazer e até em urbanização para evitar que os jovens continuem a ter a vida ceifada. Há claramente a necessidade de aumentar a quantidade e qualidades das políticas públicas, sobretudo na área social”, defende.

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(Diário do Pará)

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